“Nunca tive dúvida” e o PS “está disponível para viabilizar” a moção de censura do Chega. Dois dias após a entrada do documento no parlamento regional, o líder regional dos socialistas na Madeira, Paulo Cafôfo, garante, em declarações à Antena 1, que é favorável à censura que, se viabilizada levará à queda do Governo Regional de Miguel Albuquerque.
Para Paulo Cafôfo, os 11 deputados do PS irão votar ao lado do Chega para derrubar o governo regional. Se a posição do presidente do PS-Madeira passar na comissão política regional deste sábado a Madeira e a censura for aprovada, a Madeira terá de ter um novo governo. Só não se sabe se com eleições ou através de uma solução de acordos parlamentares, que está a ser cozinhada, tal como o Expresso escreveu na edição desta sexta-feira.
O partido, no entanto, está dividido. Por um lado há os que entendem que não se deve votar a favor por ser uma proposta do Chega e por causa de um parágrafo do texto da moção que consideram ofensivo e no qual se diz que o PS é quase um “cúmplice ético e moral” por não ter sido capaz de ser alternativa na Madeira durante quase 50 anos de autonomia. E do outro lado estão os que entendem que, pior do que isso, é passar para a história como o partido responsável pela manutenção de Albuquerque no poder.
Ou seja, o voto a favor da moção, na verdade, seria mais coerente com o que foi a postura do PS desde as eleições de 26 de Maio. Os socialistas tentaram apresentar uma alternativa, uma geringonça, com o JPP e votaram contra o programa de governo e o orçamento. Aliás, detalhe que Paulo Cafôfo também lembra em declarações ao Diário de Notícias da Madeira, ao dizer que não foi o PS que viabilizou o governo de Miguel Albuquerque. O governo e o orçamento passaram com três abstenções do Chega.
O próprio Chega, que mudou de posição deixando de apoiar o governo de Albuquerque, em defesa da moção que deverá ser discutida e votada em princípio no dia 18 de Novembro, já admitiu retirar do texto da moção o tal parágrafo para garantir os votos dos socialistas.