A Polícia de Segurança Pública (PSP) está a alertar a população para um novo tipo de burla, onde os suspeitos se fazem passar por “responsáveis de uma empresa ou organização”. O esquema passa por pedir ao alvo da burla "que proceda a um pagamento, ao envio de algum tipo de informação sensível, ou a uma alteração de dados bancários”.

Num comunicado enviado às redações esta quinta-feira, a PSP admite que embora este método de fraude, estatisticamente, não se tenha traduzido em muitas ocorrências registadas até ao momento, pode ter um grande impacto nas empresas e nos cidadãos.

“Este tipo de burla inicia-se com um estudo prévio dos alvos, sendo muito relevante nesta fase a engenharia social, que visa, através de manipulação psicológica, levar as pessoas a divulgar informações confidenciais ou fornecer acessos a sistemas.”

Entre as formas mais comuns deste tipo de burla destacam-se as “campanhas massivas de e-mails para um grande número de utilizadores de empresas e organizações fazendo-se passar por fontes confiáveis”, campanhas mais seletivas, que exigem “um estudo sobre o utilizador ou grupo de utilizadores pretendidos e, inclusivamente, a recolha de dados pessoais dos visados por forma a dar mais credibilidade à abordagem” e ainda campanhas “onde os suspeitos têm como alvo os principais executivos e administradores, normalmente para desviar dinheiro de contas ou furtar dados confidenciais”.

Depois de terem obtido informação pessoal e, eventualmente, credenciais, os suspeitos passam à tentativa de burla, que pode revestir-se de várias formas: “personificação de um diretor da empresa/organização vítima”; “personificação de um cliente ou fornecedor da empresa/organização vítima” ou “personificação de um funcionário da empresa/organização vítima”.

Porque é tão eficaz esta burla?

A PSP destaca que o sucesso desta burla não depende apenas da investigação prévia das vítimas por parte dos burlões e da sua capacidade de personificar os diferentes autores empresariais, mas também “pelas características da própria mensagem”.

As vítimas podem sentir-se pressionadas a responder devido à “sensação de urgência ou ameaça para que seja feito rapidamente o que é pedido; necessidade de contacto direto por indisponibilidade do responsável pela área; necessidade de sigilo por se tratar de matéria sensível".

“O combate a estes fenómenos passa, sobretudo, pelo reforço das medidas de segurança a adotar pelas pessoas e pelas instituições, reduzindo desta forma o risco de serem alvo deste tipo de ataques”, apela a PSP.

Como evitar cair neste tipo de esquemas?

A PSP recomenda a funcionários e responsáveis por empresas a adotarem uma série de medidas de prevenção:

  • Definir procedimentos internos para a alteração de IBAN que exijam uma dupla confirmação por parte do interessado;
  • Definir procedimentos internos para os pagamentos exigindo uma dupla confirmação da legitimidade do pagamento;
  • Nunca partilhar códigos ou credenciais de acesso por mensagem ou telefone, mesmo que do outro lado pareça estar uma entidade séria;
  • Verificar o endereço do remetente de emails recebidos ou o número de telemóvel de mensagens de texto, se for solicitada informação sensível ou forem feitos pedidos críticos, como transferências bancárias;
  • Promover uma política de segurança, realizando ações de sensibilização internas junto dos funcionários, alertando para os riscos deste e de outros tipos de fraude.