A série portuguesa "Rabo de Peixe" da Netflix foi um dos maiores sucessos do ano de 2023 a nível nacional e internacional. Um ano depois está nomeada na categoria de 'Melhor Projeto de Ficção' da XVIII Gala dos Globos de Ouro. Os atores Afonso Pimentel, Albano Jerónimo, José Condessa e Rodrigo Tomás - que integram o elenco principal - competem na categoria de 'Melhor Ator'. A atriz Helena Caldeira está também nomeada para 'Melhor Atriz'.

O projeto de Augusto Fraga e Patrícia Sequeira mergulha na insólita história da meia tonelada de cocaína que deu ao largo da pequena vila da Ilha de São Miguel, nos Açores, em 2001. Na época, todos os olhares se viraram para a terra que é descrita na série da Netflix como um lugar onde “nunca acontece nada de jeito”.

Cerca de 23 anos depois, "Rabo de Peixe" é a produção nacional com mais nomeações nos Globos de Ouro 2024. A série compete em três categorias de ficção e tem cinco atores nomeados.

Na série, um grupo de quatro amigos 'rapexinhos' - termo utilizado para se referir aos habitantes de Rabo de Peixe - confronta-se com uma quantidade nunca antes vista dos famosos “tijolos de branca”. Aquilo que parecia ser a salvação de uma das regiões mais pobres do país, transformou-se na desgraça e no fim de quem a consumiu (e tentou vender).

"Rabo de Peixe" estreou em maio de 2023 e nas primeiras semanas de exibição integrou o Top 10 das séries mais vistas - em línguas que não o inglês - em pelo menos 15 países. Em Portugal alcançou o já esperado primeiro lugar na plataforma de streaming.

A série “inspirada (muito livremente) num evento real" conta até agora com apenas uma temporada dividida em sete episódios. Um mês depois de ter estreado, a Netflix confirmou a produção de uma segunda temporada que já começou a ser gravada entre Lisboa e a vila açoriana. Na altura, Augusto Fraga falou à SIC e revelou que a notícia foi recebida com euforia, com “algumas lágrimas e alguns gritos” por toda a equipa.

A ilha traída pelo mar e pela curiosidade de quem lá vivia

Tudo aconteceu em 2001 quando um Italiano carregou um veleiro com mais de 500 quilos de cocaína na Venezuela para descarregar nas ilhas Baleares, em Espanha. No entanto, uma avaria no veleiro ao largo dos Açores obrigou Antonino Quinci a parar em São Miguel.

Antes de dar entrada no porto de Rabo de Peixe para reparar o veleiro, Quinci escondeu parte da droga nas grutas do norte da ilha e o resto do carregamento no fundo do mar para recolhê-lo mais tarde. Mas as marés estragaram-lhe os planos.

A droga foi descoberta por pescadores e num só fim de semana nove pessoas deram entrada no Hospital de Ponta Delgada vítimas de overdose.