Três pessoas morreram e 48 foram resgatadas com vida, na manhã desta quarta-feira, na sequência de um naufrágio de um barco de migrantes sobrelotado no Canal da Mancha.

A operação de busca foi lançada, segundo explicou a autoridade marítima em comunicado, depois de ter sido encontrado um colete salva-vidas no mar, tendo sido enviados para a zona dois navios franceses, apoiados por um helicóptero da Marinha. O barco tentava atravessar as águas entre a França e a Inglaterra quando naufragou a dois quilômetros da costa francesa, perto de Calais.

As equipas conseguiram resgatar 48 pessoas "em dificuldades" nas águas, mas duas estavam inconscientes e, apesar de tentativas para os reanimar, as suas mortes foram confirmadas pelos médicos no porto de Calais, norte de França. Uma terceira vítima foi encontrada mais tarde no mar.

No dia 3 de setembro já tinham perdido a vida 12 pessoas no canal da mancha e a 15 do mesmo mês pelo menos mais 8 pessoas morreram quando tentavam fazer a travessia. Na passada quinta-feira, um bebé perdeu a vida depois de um barco que transportava pessoas no Canal da Mancha ter naufragado ao largo da costa francesa.

Uma série de naufrágios está a marcar 2024 como o ano mais mortífero desde que, em 2018, se iniciaram as travessias a bordo de barcos insufláveis improvisados, em resposta ao bloqueio cada vez mais apertado do acesso ao túnel sob o Canal da Mancha e ao porto de Calais. Até hoje, pelo menos 51 migrantes já morreram em 2024 durante estas tentativas de travessia do canal, em comparação com 12 em 2023.

Segundo as autoridades, os barcos improvisados estão cada vez mais sobrelotados, com uma média de 52 passageiros por viagem, em comparação com apenas 13 em 2020.

Desde janeiro passado, mais de 25 mil migrantes chegaram às costas britânicas depois de atravessarem o Canal da Mancha a bordo de barcos improvisados, um número que aumentou 4% relativamente ao mesmo período do ano passado, segundo estatísticas do Ministério do Interior britânico publicadas a 23 de setembro.