Kamala Harris e Donald Trump finalizam esta segunda-feira os preparativos para o debate presidencial de terça-feira, um confronto que refletirá não apenas duas visões distintas para o país, mas dois políticos que abordam grandes momentos de maneiras muito diferentes.
A vice-presidente norte-americana e candidata democrata, Kamala Harris, passou o fim de semana num hotel histórico no centro de Pittsburgh, na Pensilvânia, onde se concentrou em elaborar respostas concisas de dois minutos, seguindo as regras do debate.
Segundo assessores, Kamala Harris tem realizado prolongadas simulações de debates.
Um ex-assessor da antiga secretária de Estado e ex-candidata presidencial Hillary Clinton tem interpretado o candidato republicano nessas simulações e, segundo indicou uma fonte próxima à CBS News, tem até usado roupas semelhantes às de Trump.
Enquanto isso, o candidato republicano, o ex-presidente Donald Trump, rejeitou publicamente a importância de se preparar para o debate. O magnata republicano escolheu, em vez disso, preencher os seus dias com eventos de campanha.
Assessores do ex-presidente disseram à CBS News que, acostumado a preparativos informais, Trump vem revendo posicionamentos políticos com a sua equipa.
Numa recente entrevista ao "Good Morning New Hampshire", Trump vangloriou-se de não precisar de muita preparação, uma vez que se "tem estado a preparar" toda a vida para este debate, que surge numa altura em que Kamala Harris tem alguma vantagem nas sondagens.
A campanha de Trump confirmou esta segunda-feira que o magnata só aterrará em Filadélfia, cidade onde decorrerá o debate, na tarde de terça-feira, cerca de três horas antes do confronto.
Quando ambos subirem ao palco na terça-feira, no National Constitution Center, em Filadélfia, será a primeira vez que se encontrarão pessoalmente.
O debate organizado pela rede ABC News terá início às 21h00 (hora local, 02h00 em Lisboa) e terá a duração de 90 minutos.
Os jornalistas da ABC News David Muir e Linsey Davis serão os moderadores do debate que não terá público, os microfones serão silenciados enquanto o adversário tiver a palavra e não serão permitidas notas escritas, as mesmas regras já usadas no primeiro debate presidencial deste ano, em junho, entre Trump e o Presidente e ex-candidato democrata, Joe Biden, que acabou por desistir da corrida após um fraco desempenho precisamente nesse confronto.
Além disso, no confronto de terça-feira, que será o sétimo debate presidencial de Trump, os candidatos ficarão atrás de púlpitos, não farão declarações de abertura e não poderão questionar-se diretamente durante o debate de 90 minutos, que contará com dois intervalos comerciais.
Cada candidato terá dois minutos para responder às perguntas, dois minutos para refutações e um minuto extra para acompanhamentos, esclarecimentos ou respostas, contando ainda com dois minutos para as declarações de encerramento.
O debate presidencial de terça-feira é o único agendado até ao momento e pode ser a primeira e única vez que os eleitores verão Kamala Harris e Donald Trump num frente-a-frente antes da eleição geral de 5 de novembro.
No calendário desta atípica temporada eleitoral consta ainda o debate vice-presidencial entre o governador de Minnesota, o democrata Tim Walz, e o senador de Ohio, o republicano JD Vance, agendado para 1 de outubro na cidade de Nova Iorque.
Nas últimas horas, quer Kamala, quer Trump elevaram a linguagem dos seus ataques.
A campanha da vice-presidente lançou esta segunda-feira um anúncio televisivo com ex-funcionários do Governo de Trump a alertar sobre os perigos de uma segunda presidência do republicano.
Entre eles estão o ex-vice-presidente Mike Pence, o ex-secretário de Defesa Mark Esper e o ex-conselheiro de Segurança Nacional John Bolton.
Trump continuou com o seu discurso agressivo contra Kamala Harris e no seu último comício desqualificou-a mais uma vez pela sua alegada inexperiência, pelas suas mudanças de opinião e pelas conquistas limitadas na sua vida política.
Com LUSA