O Comité Olímpico de Portugal (COP) informa, esta quarta-feira, que os atletas Vasco Vilaça e Melanie Santos desenvolveram, nas últimas horas, sintomas compatíveis com infeção gastrointestinal. A prova em que participaram, recorde-se, aconteceu na manhã de segunda-feira no rio Sena, em Paris.
“O quadro clínico [do atleta] é estável e todas as medidas estão a ser tomadas por parte da equipa de saúde COP para a monitorização e prover, na Aldeia Olímpica, o tratamento conservador devido ao atleta”, lê-se no comunicado do COP, divulgado esta quarta-feira.
No documento é indicado também a mesma sintomatologia foi desenvolvida pela atleta Melanie Santos, embora de “forma menos aguda”.
Esta informação surge depois de a World Triathlon, federação internacional da modalidade, ter garantido que, nos dias da competição de Triatlo, “a avaliação da qualidade da água cumpria com os regulamentos definidos”.
Ainda assim, e “não obstante o cumprimento dos limites de segurança exigidos, a presença de alguns dos parâmetros avaliados comporta um risco de infeção neste contexto ambiental”.
Devido a esta condição de saúde, Vasco Vilaça já não regressará a Portugal esta quarta-feira, como previsto, e ficará em Paris até recuperar.
Outras infeções no rio Sena
A qualidade da água no rio Sena, em Paris, tem sido, talvez, o maior entrave à realização sem sobressaltos dos Jogos Olímpicos. A triatleta Claire Michel está internada após ter participado numa prova no Sena. Inicialmente suspeitou-se da bactéria E.coli, mas não será esse o diagnóstico.
Ainda assim, com a hospitalização, a Bélgica desistiu da estafeta mista de triatlo.
De acordo com a imprensa belga, a atleta ficou doente depois de nadar no Sena na prova individual de triatlo feminino (38.º lugar).
Recorde-se que quer treinos, quer provas de triatlo dos Jogos Olímpicos foram cancelados por várias vezes devido à poluição no rio Sena. Os “níveis de qualidade da água" não ofereciam “garantias suficientes”.
A organização chegou mesmo a pensar passar a prova de triatlo para duatlo, alterando o conceito da modalidade. Ou seja, decorria apenas com ciclismo e corrida, anulando a natação, mas a 31 de julho, houve “luz verde” para a realização de provas no rio Sena, após novos testes à qualidade da água, dia da prova individual de Claire Michel.
Outra triatleta belga, Jolien Vermeylen, após a prova individual de triatlo, criticou a qualidade da água, dizendo que “viu e cheirou coisas que preferia não pensar”.
O Governo francês e as autoridades locais investiram 1,4 mil milhões de euros para tornar o Sena e o principal afluente o Marne, aptos para a realização das provas.