O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, instou os seus aliados ocidentais a convidarem Kiev a aderir à NATO, como parte do seu "plano de vitória" para pôr fim à guerra com a Rússia.

"O primeiro ponto é um convite imediato para a NATO" (sigla inglesa de Organização do Tratado do Atlântico Norte), defendeu num discurso feito perante o parlamento ucraniano para apresentar o "plano da vitória" contra a Rússia. "De agora em diante [o Presidente russo, Vladimir) Putin, tem de perceber que os seus cálculos geopolíticos fracassaram", afirmou Zelensky, que rejeitou por completo mudar as fronteiras do país como forma de acabar com o conflito.

"A Rússia vai perder a guerra contra a Ucrânia. Não pode haver um 'congelamento' [da frente]. Não pode haver qualquer troca relativamente ao território da Ucrânia ou à sua soberania", garantiu o chefe de Estado ucraniano na apresentação do "plano da vitória".

Apesar do pedido de Zelensky, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, considerou que o ponto do "plano para a vitória" apresentado pelo Presidente Ucrânia sobre a adesão à Aliança Atlântica ainda não é concretizável.

Questionado sobre o ponto do "plano para a vitória", apresentado hoje pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que pede a concretização da adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rutte deixou cair a ideia para já. "Na cimeira da NATO, os aliados concordaram que o caminho [rumo à adesão] é irreversível [...], o nosso trabalho conjunto está a fazer com a que a Ucrânia esteja mais forte hoje e todo esse trabalho é uma ponte para a adesão", sustentou o secretário-geral da NATO, em conferência de imprensa no quartel-general da NATO, em Bruxelas.

Mas para já o convite para aderir à Aliança Atlântica está fora de questão e razão não são as ameaças do Kremlin: “[Vladimir] Putin [Presidente russo] e a Rússia não têm palavra ou poder de veto nisto, são os aliados que decidem quando é que vai acontecer.” "A Ucrânia está mais próxima do que nunca" de fazer parte do bloco político-militar.

Esta quinta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vai participar na reunião do Conselho NATO-Ucrânia. Durante a manhã, o Presidente da Ucrânia vai estar na reunião do Conselho Europeu.

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ O chanceler alemão, Olaf Scholz, apelou para se fazer "tudo o que for possível" para impedir a continuação da guerra na Ucrânia, incluindo conversações com o Presidente russo, Vladimir Putin, em concertação com Kiev e seus aliados. "Chegou a altura de fazermos tudo - além de apoiarmos claramente a Ucrânia - para encontrar uma forma de impedir que esta guerra continue", defendeu o chanceler perante os deputados do Bundestag (parlamento).

⇒ A presidência russa rejeitou o "plano de vitória" apresentado pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao parlamento, em Kiev, argumentando que a Ucrânia "precisa de acordar". "O único plano de paz possível é que o regime de Kiev compreenda que a sua política não tem perspetivas e que precisa de acordar", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas.

⇒ O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou, numa chamada telefónica ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, uma nova ajuda militar de Washington a Kiev avaliada em 425 milhões de dólares e incluindo "capacidades de defesa antiaérea adicionais"."Para responder às necessidades urgentes da Ucrânia" na sua guerra contra a Rússia, os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia, nos próximos meses, "centenas de intercetores de defesa antiaérea, dezenas de sistemas táticos de defesa antiaérea [e] sistemas de artilharia adicionais", indicou a Casa Branca num comunicado.

No âmbito do pacote de ajuda militar de 425 milhões de dólares (391 milhões de euros), Washington fornecerá igualmente a Kiev "quantidades significativas de munições, centenas de veículos blindados de transporte de tropas e veículos de combate de infantaria e milhares de veículos blindados adicionais", acrescenta-se na nota de imprensa.