O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta quarta-feira que o "plano para a vitória" da Ucrânia, que apresentará ao homólogo norte-americano, Joe Biden, até ao final deste mês, está "totalmente preparado". No seu discurso diário à nação, defendeu que "o mais importante agora é a determinação de implementar" esse plano.

"Não há e não pode haver qualquer solução alternativa à paz, nenhum congelamento da guerra ou outras manipulações que apenas deslocariam a agressão russa", sublinhou, referindo-se à guerra que a Rússia trava em território ucraniano. Segundo Zelensky, "todos os pontos e todos os aspetos essenciais" do plano, cujo conteúdo ainda não revelou, estão prontos.

Na semana passada, o Presidente ucraniano indicou que iria encontrar-se com Joe Biden em setembro para lhe apresentar "um plano para a vitória" da Ucrânia contra a Rússia. Declarou, então, que se tratava de um "conjunto de soluções interligadas que darão à Ucrânia poder suficiente, coisas suficientes para colocar esta guerra no caminho para a paz".

Zelensky decidiu que Kiev apresentará em novembro o seu plano para acabar com a guerra, numa cimeira de paz para a qual a Rússia será convidada.

Lula da Silva e Putin conversaram sobre proposta de paz

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou com o Presidente russo, Vladimir Putin, sobre a proposta de paz do Brasil e da China para o fim da guerra na Ucrânia, disseram fontes oficiais.

Num comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil destacou que os dois líderes conversaram por telefone sobre temas da agenda comum, que incluiu "a proposta de paz do Brasil e da China para o conflito entre Rússia e Ucrânia".

A proposta de paz citada nasceu a partir do comunicado conjunto divulgado em maio passado pelo ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, e pelo assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República do Brasil, Celso Amorim.

Nesta declaração, ambas as partes apelaram à "desescalada do conflito" na Ucrânia, defenderam as negociações, trocas de prisioneiros e o alargamento da assistência humanitária. A proposta do Brasil e da China também se posicionou de forma contrária a utilização de armas nucleares no conflito iniciado pela invasão russa à Ucrânia.

OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:

⇒ Os 'drones' ucranianos atingiram esta quarta-feira de madrugada um grande depósito militar numa cidade do interior da Rússia, o que causou um enorme incêndio e obrigou à retirada de dezena de residentes, indicaram fontes de Kiev e de Moscovo.

⇒ Putin reconheceu que os residentes das zonas fronteiriças estão a passar por dificuldades devido aos ataques do Exército ucraniano, que controla parcialmente a região de Kursk. "As pessoas que vivem nas regiões fronteiriças enfrentaram um teste difícil. E as autoridades – sejam federais, regionais ou locais – são obrigadas a prestar especial atenção às suas necessidades e exigências", disse o Presidente no início da reunião com os governadores eleitos nas recentes eleições autárquicas.

⇒ O parlamento ucraniano aprovou a afetação de mais de 500 mil milhões de grivnas (cerca de 10,8 mil milhões de euros) para cobrir as necessidades de financiamento do exército até ao final do ano, indicaram fontes governamentais e parlamentares. O primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal, já tinha explicado que o orçamento inicial para 2024 não seria suficiente, uma vez que tinha sido calculado tendo em conta que a guerra terminaria este verão. A Ucrânia gasta 100% dos impostos cobrados internamente em despesas militares e de defesa e cobre o financiamento dos serviços públicos e outras despesas civis graças à ajuda internacional.

⇒ Um porta-voz militar ucraniano afirmou que a contraofensiva russa para recuperar as zonas da região fronteiriça de Kursk sob controlo ucraniano foi interrompida, acrescentando que "vários milhares" de civis russos se encontravam na zona. Os russos "tentaram atacar pelos flancos, mas foram travados, a situação estabilizou e hoje está tudo sob controlo", disse à agência noticiosa francesa AFP o porta-voz do comando regional ucraniano, Oleksiï Dmytrachkivsky.

⇒ As autoridades da Estónia abriram uma nova base militar em Voru, perto da fronteira russa para reforçar as capacidades de defesa do país e acolher os aliados da NATO. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Estónia descreveu a medida como um "passo fundamental para a defesa e a segurança na região".

⇒ Os ministros da Defesa do flanco leste da NATO apelaram a uma "resposta coletiva" às repetidas violações do seu espaço aéreo, particularmente na Roménia, por 'drones' e mísseis russos que têm como alvo a Ucrânia. Os países pediram ainda que a Aliança reforce "capacidades para detetar, identificar e, se necessário, atacar objetos que voam a baixa altitude e velocidade".