Portugal entrou para o embate que fechava o grupo E a precisar somente de um empate para estar nos oitavos de final como seleção primeira classificada. No entanto, não é esse tipo de mentalidade conformista que molda esta equipa de campeões do mundo e da Europa, não está na essência desta era de domínio do futsal nacional aplicar planos de serviços mínimos.
Com uma tranquilidade desarmante, como um coletivo que sabe o que tem a fazer e o faz com naturalidade, Portugal bateu uma excelente seleção de Marrocos por 4-1. Três embates na fase de grupos no Uzbequistão, três vitórias, 9 pontos, 17 golos marcados, quatro sofridos. Missão cumprida, segue-se o Cazaquistão nos oitavos de final.
Só quando Zicky fez o resultado final, a 90 segundos do fim, se viu Jorge Braz a festejar efusivamente o triunfo. O técnico vinha alertando para a qualidade da equipa marroquina e foi preciso um Portugal em versão de maturidade e serenidade para chegar aos três pontos.
O 1-0 chegou cedo, num excelente lance de Erick Mendonça. O canhoto, à pivô, rodou e atirou com força de pé esquerdo, colocando os campeões do mundo na frente.
Em linha com o investimento que a federação de futebol do seu país faz em diversas vertentes, Marrocos apresenta-se como uma seleção com grandes recursos técnicos. Otmane Boumezou e Soufiane El-Mesrar foram-se destacando com o perfume que emanava dos seus pés, obrigando Edu Sousa a várias boas defesas que evitaram o 1-1.
Do outro lado, Portugal passou alguns minutos sem ameaçar, só criando relativo perigo em bolas paradas, com João Matos e Brito sem grande pontaria. O avolumar da vantagem chegaria através do que mais distingue estes conjuntos: a maturidade e segurança de Portugal perante os erros e equívocos da menos sólida Marrocos.
Em cima do descanso, um erro na saída de bola da equipa do norte de África permitiu a André Coelho isolar-se, sendo derrubado em falta dentro da área. Na transformação do castigo máximo, Bruno Coelho fez o 2-0.
O lisboeta bisou no recomeço, aproveitando novo deslize de Marrocos, desta feita com um mau passe do guarda-redes Abdelkrim Anbia. De baliza aberta, Bruno Coelho atirou para o 3-0, aproximando muito Portugal do desejado primeiro lugar do grupo E.
Edu Sousa foi travando várias boas iniciativas de Marrocos, coletivo sempre crente na partida e apoiado nas bancadas. Aos 33', Soufiane El-Mesrar fez o 3-1, mas Portugal, com muito traquejo a gerir o duelo, nunca deixou que o adversário ficasse verdadeiramente próximo da margem mínima. Em cima do final, Zicky Té selou o 4-1 final.
Para esta seleção de campeões, arranca, agora, outro Mundial. Na fase a eliminar, Portugal lutará pelo bicampeonato. Essa disputa começa quinta-feira, às 16h00 de Lisboa, contra o Cazaquistão.