Pedro Acosta, conhecido pela sua ousadia em pista, fez um movimento audacioso fora dela ao questionar se a Ducati irá influenciar a batalha pelo campeonato de MotoGP 2024 entre os rivais Francesco Bagnaia e Jorge Martín. Durante a conferência de imprensa antes do Grande Prémio de Phillip Island, o rookie da KTM colocou em foco o papel da Ducati no desfecho do campeonato.
A pergunta cuidadosamente elaborada por Acosta, apresentada através de uma mensagem pré-gravada, abordou um debate latente: ‘Irá o fabricante [Ducati] influenciar a batalha pelo campeonato?’. A questão levantou sobrancelhas, sugerindo preocupações sobre um possível favorecimento da Ducati ao piloto de fábrica Bagnaia em detrimento de Jorge Martin da equipa satélite Pramac, especialmente com os dois a lutarem ferozmente pela coroa do campeonato.
A questão não se limitava apenas às afiliações das equipas; também aludia a mudanças futuras, com a equipa Pramac de Martín prestes a separar-se da Ducati para se alinhar com a Yamaha na próxima temporada. O enredo adensa-se, já que Martin procura tornar-se o primeiro piloto de uma equipa satélite na era MotoGP a conquistar o título mundial.
Resposta calma de Martín: ‘Não posso controlar, portanto não me vou focar nisso‘
Jorge Martín, atualmente à frente de Bagnaia por uma margem estreita de dez pontos, não se esquivou de abordar a tensão subjacente. Mas em vez de alimentar o fogo, o piloto da Pramac manteve a calma: ‘Percebo porque fazem esta pergunta, é porque pensam nisso! Mas para mim, não posso controlar isso, por isso não me vou focar nisso’, disse Martín, descartando preocupações sobre qualquer favoritismo da Ducati.
Martín, focado na sua própria performance, enfatizou: ‘Vou focar-me no que posso controlar, que é pilotar a 100% e tentar ser rápido’. A sua resposta deixou claro que pretende manter-se imperturbável face à política que o rodeia e ao potencial papel da Ducati na definição do resultado do campeonato.
Bagnaia defende a integridade da Ducati: ‘Já me poderiam ter ajudado’
Francesco Bagnaia, campeão em título de MotoGP e piloto oficial da Ducati, adotou uma abordagem mais direta à provocadora questão de Acosta. Bagnaia afirmou que se a Ducati quisesse inclinar a balança a seu favor, já teria tido oportunidade de o fazer durante o teste de Misano, onde lhe foi negado acesso a um novo chassis que ele sentia que teria melhorado o seu desempenho.
‘Se quisessem ajudar-me de alguma forma, já em Misano poderia ter tido algo melhor’, apontou Bagnaia, referindo-se à decisão da Ducati de não implementar o novo chassis esta época. A escolha da Ducati em bloquear quaisquer actualizações técnicas adicionais, segundo Bagnaia, prova o seu compromisso com a justiça entre as equipas de fábrica e satélite.
Bagnaia acrescentou: ‘As equipas de fábrica [Lenovo e Pramac] têm o mesmo pacote. Nada mais, nada menos. Ou se eu tenho algo novo, todos têm algo novo’. Ele sublinhou a filosofia de longa data da Ducati de igualdade entre as suas equipas, uma estratégia que tem cimentado a sua dominância nas últimas temporadas.
A recta final: Quatro rondas, uma batalha histórica pelo título
Com apenas quatro rondas restantes na temporada de MotoGP 2024, Martin tenta fazer história como o primeiro piloto de uma equipa satélite a vencer o campeonato na era moderna do MotoGP. A sua vantagem de dez pontos sobre Bagnaia torna cada corrida crítica, e embora a questão de Acosta possa ter agitado o drama, ambos os pilotos parecem determinados a deixar que o seu desempenho em pista fale por si.
Resta saber se o tratamento igualitário da Ducati se manterá sob a intensa pressão de uma recta final decisiva para o título. Mas uma coisa é certa: a tensão entre Bagnaia e Martin, amplificada pela pergunta incisiva de Acosta, acrescentou uma camada extra de intriga ao que poderá ser uma das lutas pelo título mais emocionantes na história do MotoGP.