A história de Elena Congost foi uma das que marcou os Jogos Paralímpicos de Paris 2024. A maratonista espanhola terminou no terceiro lugar a prova da categoria T12, para atletas com problemas de visão, mas foi desqualificada porque nos metros finais largou a corda que a ligava ao guia, quando percebeu que este estava a perder os sentidos.

Nesta quarta-feira, ficou a saber-se que Congost decidiu recorrer às instâncias judiciais para recuperar a medalha de bronze que não chegou a receber por algo que na altura considerou ser «um ato reflexo de qualquer ser humano: segurar uma pessoa que está a cair ao nosso lado».

A informação surgiu do advogado da atleta, que tornou pública uma carta enviada às instâncias desportivas, na qual defende que «a regra que proíbe largar a corda tem por objetivo evitar a fraude. A atleta soltou a corda para dar assistência a uma pessoa em perigo e não prejudicou nenhum adversário».

Jean-Louis Dupont, um dos causídico que se tornou famoso na década de 90 por ter defendido Jean-Marc Bosman, num caso mudou o mundo das transferências do futebol, revelou ainda que a missiva entregue como defesa de Elena Congost sugere a correção «amigável» da decisão de tirar a medalha à maratonista espanhola para a entregar à japonesa Misato Michishita, que tinha terminado a prova no 4.º lugar, a mais de três minutos de Congost.

O advogado dá como prazo para a decisão ser tomada o dia 20 de outubro, para não avançar com o caso para tribunais.