Franzino, de cabelos longos e com uma grande vaga por ocupar, foi assim que Álvaro Carreras chegou à Luz, em Janeiro de 2024.
Depois da saída de Grimaldo do Benfica em 2023, os encarnados tiveram um longo período de ressaca em que a ala esquerda da defesa se apresentava como um assunto frágil a abordar. Isto porque entre a contratação de Jurasek e as adaptações de Morato e Aursnes, o Benfica nunca esteve 100% seguro e confiante com essa mesma posição.
Nesse clima de insegurança e insatisfação, o Benfica decidiu arriscar novamente e acabou por contratar um jovem espanhol de apenas 20 anos, que apesar de já ter passado pelas camadas jovens do Real Madrid e do Manchester United, ainda tardava em impor-se no futebol profissional.
No entanto, pouco a pouco, Carreras foi cavalgando na consideração dos adeptos e do clube à medida que foi passando o tempo e que foi entregando cada vez mais dentro das quatro linhas.
Contudo, à entrada para a temporada atual, a estrutura encarnada continuava a sentir a necessidade de ter mais alguém para a mesma posição e contratou Beste nesse sentido. O alemão que até começou a época como titular, teve o azar de se lesionar e concedeu ao espanhol a oportunidade perfeita para mostrar aquilo que realmente vale.
O número 3 pegou de estaca e, desde então, foi consecutivamente um dos melhores jogadores em campo, jogo após jogo.
Com o mágico turco à sua frente no terreno, o lateral das águias soube conjugar de forma exímia as características e, sobretudo, as necessidades impostas pelo estilo de jogo e pelos colegas que nele funcionam.
Entre a exploração da profundidade, os espaços interiores e a largura, Carreras também encontrou sempre oportunidades para se destacar na construção, no transporte e até na recuperação defensiva. Olhando para estas ‘nuances’, fica a impressão de que nada falta para que se esteja na posse de um ala completo e competente. Isso acontece porque é realmente o caso.
Num curto espaço de tempo, Álvaro Carreras tornou-se um jogador de um nível elevadíssimo, à semelhança do compatriota Grimaldo que, apesar da tremenda qualidade que foi apresentando nos últimos tempos de águia ao peito, precisou de alguns anos até chegar a esse mesmo patamar.
Neste sentido, a evolução e o rendimento de Carreras tornam-se ainda mais impressionantes face a exemplos passados e à situação em que o clube da Luz se inseria.
Ele que já se encontra ao nível dos melhores da posição pela Europa fora, começa a ser já uma dor de cabeça para a estrutura encarnada pela atenção que tem vindo a chamar.
Exibições como a que realizou na vitória frente ao Atlético de Madrid na Liga dos Campeões não escapam aos holofotes internacionais e isso pode ser um problema mais pronto do que se pensa. Caso do Manchester United, por exemplo, que tendo vendido o atleta por seis milhões de euros, tem a oportunidade de o comprar novamente por uma verba a rondar os 20 milhões, um valor bastante apetecível e considerável face ao rendimento que o espanhol tem apresentado.
Apesar disso, na realidade encarnada, importa mesmo continuar a apreciar as prestações do espanhol na ala esquerda. No jogo frente ao Rio Ave consumou o brilhantismo com a sua primeira assistência de águia ao peito e continua assim a aprimorar o seu caminho com a camisola dos encarnados.
Depois de uma longa espera, o Benfica pode dizer que encontrou finalmente o substituto perfeito de Grimaldo. E isto, é apenas o começo.