Com 1:06:18 de recorde pessoal, André Pereira entrava na Hyundai Meia Maratona com ambição de melhorar a sua marca e acabou por consegui-lo, ao parar o cronómetro em 1:05:51. Ainda assim, apesar da melhoria em 27 segundos, o atleta do Benfica, de 29 anos, assume que queria e estava em forma para fazer bem menos tempo.

"A prova foi muito sofrida. Tinha na minha mente que hoje conseguia baixar a 1:04:00 e, na melhor das hipóteses, a 1:03:30. Arrisquei no início, só que, a partir dos 10 quilómetros, o vento estava de frente, ao contrário do que costuma estar em Lisboa. Foi sempre a levar com vento contra, a 20 quilómetros por hora, sozinho, e comecei a sofrer. Tentei manter o ritmo, mas a partir do 17.º quilómetro as forças já foram abaixo. Depois, comecei a desanimar e foi só mesmo acabar. Saio daqui desiludido, porque sei que estou a valer uma marca na casa de 1:03:00. O meu objetivo é começar a fazer mais meias-maratonas e ganhar experiência", pontuou o atleta português, que almejava uma marca que acabou por ser aquela que deu a vitória a Mosinet Geremew.

"Eles queriam ir para 1:01:00. O vento contra, a partir dos 10 quilómetros, é muito duro, ainda mais quando se fica sozinho. É o meu recorde pessoal, mas muito longe do que eu valho. Agora vou focar-me mais no corta-mato e no Nacional, depois voltarei às meias-maratonas".

De resto, após a prova de hoje, André Pereira aproveitou para falar sobre a sua nova realidade, que entende ser importante para dar o salto. E espera que mais atletas sigam o mesmo exemplo. "Tenho estado a treinar com o grupo do Samuel Barata, Duarte Gomes, Alexandre Figueiredo e Miguel Moreira, tudo atletas que estão a tentar chegar ao nível europeu. Sinto que aqui no Jamor estamos a criar um ambiente como já se fez há uns anos. Podemos não estar ao nível dos melhores da Europa, mas estamos com o espírito e ambiente certos. O normal daqui a uns anos vai ser termos atletas a bater 1:01:00 ou 1:02:00. A nível europeu, a diferença está em fazer o que eles fazem. Não podemos fazer o que se fazia nos anos 80 ou 90, há metodos diferentes e estamos a fazer parecido ao que se faz, como por exemplo no caso dos Ingebrigtsen. Estamos no caminho certo e sinto que estou a valer 1:03:00. Se eles conseguem, nós também vamos conseguir".