Depois de 13 anos na equipa principal e muitos outros na formação do Lyon, Anthony Lopes não faz parte das contas de Pierre Sage para a temporada de 2024/25, não tendo sido convocado para nenhum encontro até ao momento.

O internacional português, que celebra 34 anos esta terça-feira, revelou que ninguém conversou com ele sobre essa situação e que foi apanhado de surpresa, sendo agora o quarto guarda-redes da equipa, atrás de Lucas Perri, Rémy Descamps e Justin Bengui Joao.

«Nunca ninguém teve tempo para falar comigo, exceto o treinador uma ou duas vezes. Antes de mais, gostaria de dizer que ninguém me avisou que o meu lugar estava em dúvida. É evidente que não me foi dito nada em janeiro. Prefiro esclarecer este ponto. Em segundo lugar, com a chegada de Rémy e o facto de eu estar fora do plantel, nunca imaginei que chegasse a este ponto. É preciso ter em conta que nunca fui criticado por nada em termos desportivos, nem pela minha participação nos treinos, nem no balneário... mas a realidade é que hoje em dia vejo os jogos do sofá», começou por dizer, em entrevista ao L’Équipe.

«Simplesmente acho que não pertenço à hierarquia dos guarda-redes do Lyon. Estou na posição que me foi dada, que é nenhuma. Aceito a situação o melhor que posso, sabendo que não tenho outra opção. Estou no grupo de treino, mas não na hierarquia, porque não me posso candidatar a jogar. Não percebo nada disto. Não penso assim, por isso não consigo perceber. Não recebi explicações. Desde que não me critiquem por nada em termos desportivos ou pela minha participação ao longo das semanas, como posso compreender?», acrescentou, antes de comentar a sua relação pessoal com o brasileiro Lucas Perri, que chegou em janeiro de 2024 para ocupar a sua vaga na baliza, este verão.

«É uma relação profissional, não há mais nada a dizer. Se ele está a sofrer com a situação, não me importo de trocar de papel. Estou disposto a voltar a jogar. É um pouco presunçoso pensar que foi o cântico dos adeptos que o levou a cometer o erro [na derrota com o Marselha]. Os erros acontecem, claro... não faço parte do grupo, não posso ser responsável pelo que acontece durante os jogos, e estou atrás do Lyon aconteça o que acontecer», garantiu, afirmando que o apoio dos adeptos é algo que para ele significa muito.

«Tocou-me, claro. Quem é que não se sentiria tocado por isso? Foi um alívio para o meu coração... é indescritível. Toda a gente sabe a relação que tenho com eles. Talvez tenha deixado algumas pessoas tensas ao partilhar isto, mas era a única forma de lhes agradecer. Nunca há uma boa altura e eu não podia ficar calado perante este apoio. O apoio dos adeptos é o único apoio que ainda tenho no clube», disse, terminando a entrevista com a promessa de que vai regressar aos relvados rapidamente.

«A curto prazo, vou trabalhar para manter a minha forma, sinto-me muito bem. Depois, tenho de encontrar um novo desafio o mais rapidamente possível, porque sinto falta da adrenalina do campo e do jogo. Ninguém no clube me pode censurar pelo meu empenho nos treinos, não faltei a nenhum, estou sempre lá com um sorriso no rosto, nunca estou mal-humorado quando podia estar, mas a minha situação pessoal não pode interferir com a equipa. Tenho respeito pelo grupo e pela equipa. Nunca pensei que fosse acabar assim no Lyon, imaginava outra coisa», finalizou.