António Miguel Cardoso, presidente do Vitória SC, concedeu uma entrevista ao Record, onde abordou diversos temas da realidade do emblema de Guimarães, destacando os resultados obtidos no Relatório e Contas referente à época passada, onde os vitorianos apresentaram um prejuízo de quase 15 milhões de euros.
«Ainda no ano passado tivemos contas positivas de praticamente 2 M€, que teriam sido 6M€, não tivesse sido aquele negócio que a anterior administração fez com o FC Porto. Na altura, amortizámos 4 M€, este ano foram mais 2 M€. E não estão contabilizados os 6 M€ que recebemos da Liga Conferência», começa por dizer o presidente vitoriano, explicando que o clube priorizou a vertente desportiva.
«A nível de custos, gastos com pessoal, a subida em relação ao ano passado é residual e muito inferior aos gastos de há dois ou três anos. Não estamos a cometer loucuras. Se tivéssemos optado por vender os tais jogadores, com certeza teríamos contas positivas e o alarme não seria o mesmo, mas na parte desportiva estávamos de outra forma», afirma o dirigente, que admite que os resultados obtidos «não são bons.»
De resto, o dirigente aponta mesmo para um recorde nesta época: «Nós este ano vamos com certeza ter um recorde de receitas ordinárias no clube. A SAD nunca teve as receitas ordinárias que terá no próximo ano fiscal. Será um recorde. Portanto, vem agregado. Se o clube retrair as coisas não acontecem. Podíamos ter vendido ativos para ter contas positivas, mas corremos riscos. Ficámos com os ativos que queríamos e conseguimos 6 M€ da Liga Conferência. Fizemos uma estratégia e está a correr bem. Será visível nas próximas contas.»
«A SAD tem um passivo significativo para trás e uma não receita financeira de cerca de 7 M€ todos os anos dos direitos televisivos, que estão antecipados até dezembro de 2025. É só fazer contas. O que fizemos foi transportar o clube nestes três anos com sucesso desportivo para chegar a dezembro de 2025, num próximo mandato seja de quem for, num ponto em que seja mais fácil não ter de recorrer a empréstimos, não ter de pagar juros... Mas, neste momento temos de tomar decisões, muitas vezes a quente, para resolver problemas diários», conclui.