Samuel Eto'o, presidente da Federação Camaronesa de Futebol (Fécafoot), foi hoje suspenso pela FIFA dos jogos de seleções por um período de seis meses, em consequência do seu comportamento no último Mundial sub-20 feminino.

O Comité Disciplinar da FIFA acusa o antigo número ‘9’ do FC Barcelona e dos 'Leões Indomáveis' de ter infringido as regras relativas a "comportamento ofensivo", em "violação dos princípios do fair-play" e de "incorreção de jogadores e dirigentes".

Concretamente, repreende-se a Eto'o ter pressionado os árbitros aquando dos oitavos do final do torneio, em que as camaronesas perderam com o Brasil por 3-1, após grandes penalidades.

A suspensão de Eto'o não o afasta das funções de presidente da Fécafoot, mas impede-o de "assistir aos jogos de futebol masculino e feminino implicando equipas representativas em todas as categorias ou grupos etários", esclarece a informação da FIFA.

O antigo jogador, na presidência federativa desde 2021, está em conflito aberto com as autoridades dos Camarões. Em março, recusou a nomeação do selecionar belga Marc Brys para a equipa principal, imposta pelo Ministério dos Desportos, para mais tarde se sujeitar à escolha.

Numa presidência marcada por casos constantes, em julho um painel disciplinar da Confederação Africana de Futebol (CAF) concluiu que Eto'o “violou gravemente os princípios de ética, integridade e espírito desportivo” da CAF. Em causa estava o contrato que o dirigente assinou com a casa de apostas 1XBET, tornando-se embaixador da empresa. O castigo dado a Eto'o foi o pagamento de uma multa de cerca de €200.000.

Outro caso relacionado com um dos melhores futebolistas africanos da história prende-se com uma acusação de manipulação de resultados. Em causa estava uma investigação que envolvia Eto'o e Valentine Nkwain, presidente do recém-promovido Victoria United, após uma conversa telefónica supostamente decorrida entre os dois. Nkwain e Eto'o terão, alegadamente, discutido a subida de divisão do Victoria à principal divisão dos Camarões, antes ainda da concretização da mesma.

No entanto, o presidente foi ilibado, já que a investigação considerou que "as provas são insuficientes". Eto'o e Valentine Nkwain negaram qualquer envolvimento em qualquer conspiração para manipular resultados. Vários clubes e personalidades do futebol dos Camarões têm, nos últimos meses, apelado à demissão de Eto'o, escrevendo mesmo cartas aos presidentes da CAF e da FIFA, solicitando que ambos os organismos forcem a saída do ex-jogador do cargo que ocupa.