Aos 27 anos, Simone Biles já soma 7 medalhas olímpicas e 30 em Mundiais de ginástica, 23 das quais em ouro, e para várias delas muito contribuiu um salto exclusivo da norte-americana e que ficou conhecido como Biles II.

No Yurchenko Double Pike, no cavalo, Biles entra de costas para a plataforma de salto e, em declarações ao Globo Esporte, o antigo ginasta brasileiro Dyego Hipólito, medalha de prata na ginástica a solo nos Jogos do Rio 2016, explicou a enorme dificuldade que este movimento implica, inclusivamente com risco de morte para a atleta dos Estados Unidos.

«É um salto que é muito difícil para os homens fazerem e a plataforma feminina tem uma altura menor, de 1m25 (a masculina tem 1m35), mas ela entra com os braços tão fortes, tão duros, que consegue empurrar-se e fazer um duplo mortal encarpado», diz o brasileiro.

A nota de partida do salto - nota máxima que pode ser atribuída a cada ginasta - é de 16.400, sendo que a nota de execução é de 10.000 para todos os atletas e os juízes da prova vão descontando as falhas na execução. Na final nos Jogos Olímpicos de Paris, Biles conseguiu 15.766 dos 16.400 pontos possíveis no Biles II.

«Ela fica tão próxima do aparelho que pode lesionar-se gravemente se os braços não estiverem totalmente estendidos. O salto que a Simone faz é de risco muito alto, se ela entra mal até pode morrer ali ou ficar tetraplégica», explicou Dyego Hipólito.

Simone Biles mostrou o Biles II pela primeira vez em maio de 2021, numa prova norte-americana, mas teve de o concretizar numa competição internacional para ser homologado com a sua assinatura. O plano passava por fazê-lo nos Jogos Olímpicos de Tóquio, disputados em 2021, mas a norte-americana sofreu de 'twisties', condição que afetava a sua perceção corporal no ar e a levou a desistir da final. A estreia oficial do Biles II aconteceu no Mundial de Antuérpia, em 2023.