No jogo grande da jornada 10 da Premier League, Manchester United, de Bruno Fernandes e Diogo Dalot, ambos titulares, e Chelsea, com Pedro Neto de início e João Félix e Renato Veiga sem saírem do banco, empataram a um golo, naquele que foi o primeiro jogo dos red devils desde que Rúben Amorim foi oficializado como novo treinador.
Essa mudança, porém, só se dá no dia 11 de novembro e, até lá, o Man. United ainda tinha mais três partidas. Quem manda é Ruud van Nistelrooy, antigo adjunto de Erik ten Hag, que fez questão de garantir, antes da partida, que «Rúben Amorim não teve qualquer influência na escolha do onze». Seja como for, nota-se, neste Manchester United, traços de um momento de cura. A falta de identidade imprimida por parte do neerlandês parecia causar um ciclo de estagnação, mas, mesmo sem a entrada de Rúben Amorim, notou-se, em campo, algumas correções sem bola, ainda que o domínio do miolo do Chelsea tenha sido, possivelmente, um teste demasiado difícil para os «pequenos ajustes» que Van Nistelrooy afirmou ter feito.
Foi até o Man. United que começou com mais ímpeto ofensivo, mas que depressa se extinguiu perante um Chelsea mais organizado, com melhores dinâmicas e com um meio-campo fisicamente imponente. Moisés Caicedo e Roméo Lavia foram os grandes protagonistas do primeiro tempo, ao permitirem que os blues se estabelecessem no lado mais ofensivo do terreno. Cole Palmer e Bruno Fernandes tardavam em aparecer, mas estiveram presentes nos lances mais perigosos antes do descanso: Palmer cruzou para Madueke cabecear ao poste, Bruno serviu Rashford, que atirou à barra.
Com o 0-0 na partida ao intervalo, não houve particulares ajustes no descanso. Pedro Neto ganhou protagonismo, com um remate cruzado perigoso e com vários duelos com Diogo Dalot e Mazraoui, mas o Manchester United conseguia, a espaços, solicitar Garnacho, Rashford e Hojlund, apagado trio atacante dos red devils. Foi ao minuto 70, já com Bruno Fernandes mais presente no último terço, que os anfitriões conseguiram chegar à vantagem: foi o capitão do Manchester United que assumiu a cobrança da grande penalidade cometida por Sánchez sobre Hojlund. Bola para um lado, guarda-redes para o outro e eis o primeiro do Portuguese Magnífico, como é conhecido pelos adeptos, na Premier League 2024/25.
A explosão de felicidade foi, porém, efémera: se Bruno foi, devido ao que fez, sobretudo, no segundo tempo, o melhor dos da casa, Moisés Caicedo foi o melhor... em campo. O equatoriano esteve em todo o lado, criou a partir de trás, dominou Casemiro e Ugarte nos duelos do miolo e, na penúltima jogada do desafio, impediu com uma grande recuperação defensiva que Zirkzee decidisse. Tudo isto seria suficiente para o prémio de Homem do Jogo, mas, para que não houvesse dúvidas, o médio decidiu, quatro minutos depois do golo do United, empatar com um potente remate de primeira à base do poste de Onana, para fixar o resultado final.
Se, por um lado, o Man. United já sente melhorias, este é, porventura, o melhor Chelsea dos últimos anos. Restam dois jogos a Van Nistelrooy. Depois, é a vez de Rúben Amorim.