Quatro anos e dois meses depois, Bruno Lage voltou a sentar-se na pele de treinador do Benfica. Pouco passava das 18h40, quando o sucessor de Roger Schmidt foi apresentado oficialmente no Benfica Campus.

Lage, 48 anos, volveu a uma casa que bem conhece. Por dentro e por fora, nos bons e nos maus momentos. O treinador, ele próprio infeliz nos últimos projetos profissionais - Wolverhampton e Botafogo - aposta no reencontro com a felicidade. Em nome próprio e em nome dos benfiquistas.

«Que não haja dúvidas sobre a minha motivação e a minha energia», avisa Bruno Lage, antes de revelar uma efeméride: Na sexta-feira, 6 de setembro, cumprem-se 20 anos sobre o primeiro dia de trabalho do treinador no Benfica.

Logo de seguida, num movimento raro, deslocou-se aos jornalistas presentes e cumprimentou-os, um a um. Que se repita mais vezes, mesmo em noites de derrota, terão pensado os profissionais da comunicação presentes.

«Falei há pouco com colegas vossos e disse-lhes que tinha a sensação de que a minha história no Benfica não tinha terminado.»

Logo no início, o treinador prometeu um futebol «atrativo, com golos e dinâmico» como meta inegociável «para reconquistar os adeptos».

«As últimas experiências foram de aprendizagem. Todos os dias temos de ser melhores. Comecei aqui e treinar meninos de dez anos. Tenho energia positiva e uma enorme vontade de fazer um bom trabalho», continuou o homem agora escolhido por Rui Costa, claramente preocupado em criar um impacto positivo nos adeptos.

«É possível recuperar a desvantagem»

Bastante emocionado, e a apostar em palavras de motivação pessoal, Bruno Lage referiu-se à contestação dos adeptos à sua escolha e ao posicionamento no campeonato da forma possível.

«Pelo Benfica temos de unir-nos. Vai ser um trabalho de sacrifício e com união teremos sucesso. Sou muito genuíno. Gosto de olhar para o que tenho feito e não quero repetir frases de outros. O presidente teve enorme vontade em trazer-me e eu vim também com vontade enorme. O que vim fazer é para conseguir crescer a equipa», avançou Lage, antes de tentar olhar para os objetivos desportivos.

«A conversa com o presidente foi clara. O primeiro passo é o treino de amanhã e o jogo com o Santa Clara. O passado recente tem-nos dito que a desvantagem pontual não é significativa e é possível recuperá-la.»

A saída do Benfica, em 2020, também mereceu uma análise curta. Com a lucidez que o momento exigia. «À distância vemos as coisas com outra clareza e de forma diferente. se eu não entendesse que podia ter feito as coisas de outra maneira... mas as coisas não são assim e foram feitas noutra fase.»

Bruno Lage fará a estreia em 24/25 na receção ao Santa Clara, a 14 de setembro, às 20h30 na Luz.