PARIS – Caio Bonfim que, nesta quinta-feira, conquistou a medalha de prata na marcha e revelou em conversa com A BOLA que vai representar o Benfica a partir de outubro, recordou um percurso feito de dores, num desporto que é visto com preconceito no Brasil.
Apesar de Paris ser a sua quarta participação olímpica, depois de se ter estreado em Londres 2012, sido 4.º no Rio2016 e ido ainda a Tóquio 2020, Caio confidencia que teve de «enfrentar todo esse preconceito».
Mas aguentou. Até porque a influência vinha de casa. A mãe foi marchadora, oito vezes campeã brasileira, campeã ibero-americana, e o pai era treinador. E o atleta até partilhou que as duas primeiras participações olímpicas foram feitas com «Paitrocínio, com pai e mãe a bater a toda as portas». Por isso, os insultos foram marcando, mas sendo desvalorizados.
«Todos os dias eu oiço piada. Que o marchador é rebolado [abana-se com trejeitos femininos]. Sou chingado na rua desde o dia em que decidi que ia ser marchador. Mas hoje estou aqui e tenho uma medalha olímpica comigo», orgulha-se.