Num dos dois jogos de encerramento da ronda 4 da Liga Portugal Betclic, Gil Vicente e SC Braga protagonizaram um empate sem golos, que ilustra na perfeição o desenvolvimento dos acontecimentos ao longo dos 90'. Marcada pela estreia do novo e colorido sistema de iluminação do Estádio Cidade de Barcelos, a partida apresentou tendências distintas, entre as etapas: 45' de autoritarismo bracarense e outro tanto período de capacidade gilista em responder com idêntico perigo.

Para um dos embates regionais mais apetecíveis do que a temporada trouxe até ao momento, poucas foram as alterações promovidas por Bruno Pinheiro e Carlos Carvalhal. Se o técnico gilista optou por deixar Maxime Domínguez no banco pela primeira vez em 2024/25 - fala-se na saída para o Vasco da Gama -, o homólogo bracarense adicionou três novidades em relação ao duelo ante o Rapid Wien: Paulo Oliveira, Roger e El Ouazzani renderam os lesionados, Robson Bambu e Zalazar, bem como Roberto Fernández.

Entrada a matar não deu frutos

Depois da cartada decisiva a meio da semana para a Liga Europa, o SC Braga contou com o fervor dos (muitos adeptos) que marcaram presença no Estádio Cidade de Barcelos e embalaram para uma entrada forte e a envolver o Gil Vicente num compacto colete de forças.

Com dificuldades em sair para o ataque, os gilistas refugiaram-se na astúcia de Fujimoto para projetar a sua dimensão ofensiva. De resto, foi dos pés do nipónico que saíram as melhores tentativas de perigo, numa primeira parte de domínio quase absoluto dos arsenalistas.

Gabri Martínez foi dos melhores do SC Braga @Manuel Morais / Kapta+

As aproximações perigosas foram muitas, mas perigo efetivo - entre as várias iniciativas de Ricardo Horta, Roger e Gabri Martínez -, só mesmo pelos pés do espanhol, valendo a grande atenção de Andrew na rápida montagem de um paredão às portas da baliza.

Até ao descanso, o filme manteve-se praticamente inalterado, com devida exceção para o grande entendimento entre Fuji, Mory Gbane e Tidjany Touré, que só Paulo Oliveira separou do sucesso, em cima da linha de golo.

Reagir e impor respeito

No reatar, o Gil demonstrou maior capacidade para reter a bola em seu poder e, com um poder até então não demonstrado, criou várias situações de aperto, que Arrey-Mbi e companhia foram resolvendo eficazmente. Pelo meio, Ricardo Horta ficou perto de bater Andrew e a chama gverreira voltou a surgir...

Por pouco tempo. Talvez pelo cansaço dos vários compromissos internacionais, o SC Braga não conseguiu a prevalência da primeira parte no último terço gilista e isso ainda mais se notou com a agitada entrada de Jordi Mboula. Com o golo nos pés na recarga ao primeiro remate de Maxime Domínguez - defesa arrepiante de Matheus -, o espanhol espalhou o terror sobre a direita do ataque por várias ocasiões, motivando a réplica sonora do público local ao interior fervor da bancada bracarense.

Sem golos até final, a divisão de pontos foi o cenário natural que prevaleceu.