Três jogos, três vitórias na Nations League. Depois de 45 minutos muito convincentes - primeira parte brilhante -, a seleção nacional venceu a Polónia (1-3), numa partida sublinhada pela exibição portentosa da dupla Mendes & Leão, pelos golos de Bernardo Silva, CR7, Zielinski e Bednarek (autogolo) e pela pequena dose de sofrimento até ao minuto 88.
Com este triunfo, Portugal segue na liderança do Grupo 1 (nove pontos), ao passo que, do outro lado, a Polónia continua com três pontos.
Em relação ao jogo, Roberto Martínez apresentou algumas novidades - Rúben Neves juntou-se a Bruno Fernandes e Bernardo Silva num meio campo a três -, enquanto Renato Veiga estreou-se pela seleção principal lusa. O «contexto» foi a explicação principal do espanhol, mas, a verdade é que a introdução de Neves mudou e resultou.
Fácil, bonito e eficaz: que show!
Depois de um arranque ameaçador da Polónia - postura pressionante e até algo surpreendente dos homens de Michal Probierz -, a seleção agarrou no controlo do jogo e agigantou-se: de todos os lados, de todas as formas e de todos os feitios.
No corredor esquerdo, Rafael Leão - fortíssimo no 1x1 - e Nuno Mendes - veloz, sagaz e assertivo - passearam em Warszawa e foram os grandes protagonistas do primeiro tempo, não obstante, foi no meio onde Portugal descobriu a virtude (e eficácia). O trio Neves - Fernandes - Silva exibiu-se, também, a grande nível e encontraram a solução para a finalização.
Mas vamos por ordem diacrónica. Dalot e Bruno Fernandes, primeiramente, obrigaram Skorupski a duas belas intervenções, Ronaldo atirou ao poste e, depois sim, o golo. Que jogada, caro leitor. Pela esquerda (uma constante durante a primeira parte), Leão colocou em Neves que, de seguida, teleguiou a bola para a cabeça de Bruno: o médio do United, altruísta, assistiu Bernardo que, de primeira, não facilitou. Golaço.
Com o 0-1 no marcador, Portugal continuou por cima - o show de Mendes & Leão continuou a bom ritmo - e CR7 juntou-se ao festival. Após uma jogada individual impressionante - Rafael Leão fez o que quis da defensiva polaca -, o extremo acertou no poste e, na recarga, Ronaldo só teve de encostar. 45 minutos do melhor que já se viu da seleção.
Sofrimento evitável
Apesar do domínio (e com vários lances espetaculares que podiam ter dado outros números ao triunfo), a Polónia chegou ao golo ao minuto 78' e colocou Martínez com algumas dores de cabeça.
Depois de tirar dois dos principais protagonistas ao minuto 63 (CR7 e Leão, sendo que a saída do último mencionado foi, no mínimo, muito questionável), provavelmente por uma questão de gestão, Portugal mostrou menos poder de fogo no ataque - Pedro Neto foi quem esteve mais perto do golo - e a seleção da casa ganhou confiança.
Após algumas aproximações, Renato Veiga teve duas abordagens erráticas - primeiro com bola e depois sem ela - e Zielinski, num lance feliz, mas após uma boa jogada coletiva, isolou-se perante Diogo Costa e não vacilou. O que parecia simples, rapidamente tornou-se complicado.
Mas... surgiu, mais uma vez, Nuno Mendes! Sem Leão na frente, o lateral teve de ser ainda mais expedito no ataque e surgiu no momento certo para, com um cruzamento venenoso, obrigar Bednarek a colocar a bola na própria baliza. 1-3 e vitória justíssima para Portugal.