O Boavista viajava até aos Açores na ressaca do furacão Isak - que deixou marcas no estado do relvado -, para defrontar um super Santa Clara neste início de campeonato. Os bravos açorianos - a fazerem o melhor arranque da sua história -, receberam e venceram os axadrezados por 1-0.

Apesar da boa entrada dos forasteiros, a formação da casa acabou por ser a «única» a chegar perto da baliza contrária. No meio de escorregões, chuva e contratempos, é caso para dizer que a pantera não conseguiu «nadar para chegar à ilha».

Relvado ou pista de gelo?

A primeira metade ficou marcada pelo tempo de adaptação dos jogadores... ao estado do relvado. Os jogadores, de ambas as equipas, escorregaram inúmeras vezes, o que prejudicou o ritmo do jogo em muito momentos.

A formação de Cristiano Bacci até entrou melhor na partida. «Pressionantes, famintas e chatas», as panteras iam obrigando o Santa Clara a recuar no terreno e a jogar «feio». Apesar da boa entrada no Estádio de São Miguel, os axadrezados não conseguiam chegar perto da baliza de Gabriel Batista.

Os bravos açorianos reencontraram-se na partida e chamaram a si a responsabilidade da mesma. Gabriel Silva, Alisson Safira e Vinícius Lopes tornaram-se autênticas dores de cabeça para os cinco defesas do Boavista - defendiam em 5-4-1 - à medida que os minutos iam passando.

Gabriel, bem ao seu estilo, em condução da esquerda para dentro, ameaçou a baliza de César à passagem do minuto 14'. Safira, dois minutos depois, aproveitou o espaço nas costas de Pedro Gomes, mas o remate não saiu coma melhor direção. Mais uma ameaça. No lance a seguir, arrancada de Gabriel pela esquerda e Vinícius a rematar ao lado da baliza do Boavista. Cheirava a golo.

Dito e feito. Depois de tantas ameaças, eis o golo. Adriano Firmino descobriu Safira a «rasgar» nas costas de Filipe Ferreira e depois, com grande altruísmo e inteligência, o avançado açoriano descobriu Vinícius Lopes sozinho ao segundo poste. Quarto golo do extremo na Liga Portugal.

Três setas à solta na ilha

A segunda metade seguiu na mesma toada da primeira. Um Boavista «remendado» que ia fazendo das tripas, coração, e um Santa Clara de ideias e processos esclarecidos e com três setas apontadas à baliza de César - Gabriel, Safira e Vinícius.

Aos 54 minutos, Bacci colocou em campo o recuperado Miguel Reisinho para o lugar de Gonçalo Almeida numa tentativa de refrescar a equipa. À passagem do minuto 67' colocou Tomás Silva - mais um jovem da formação axadrezada -, mas a missão era difícil. Trabalho muito ingrato para os jovens do clube e para o técnico italiano, mas que não viram a cara à luta.

Quem não teve compaixão foram as «setas» do Santa Clara, que no mesmo minuto em que Tomás entrou em campo... passaram por ele a voar. Vinícius passou pelo jovem lateral e, já dentro da área axadrezada, serviu Gabriel Silva que, com tudo para fazer o golo, enviou a bola à barra da baliza de César.

O Boavista tentava reagir à desvantagem, mas ficou por aí... pelo tentar. O Santa Clara relaxou e tornou-se permissivo na defesa e no ataque à baliza adversária. Até ao final não existiram grandea lances capitais. Destaque para o início fantástico do Santa Clara de Vasco Matos e para o esforço incansável das panteras que semana, sim, semana, sim, veem-se obrigadas a desdobrarem-se ainda mais.