Favoritismo? Fiquem com ele. O Sporting não era tido como favorito para o encontro de estreia na UEFA Women's Champions League, mas tratou rapidamente de alterar as probabilidades e de mostrar o quão injustas essas poderiam ser. Com uma exibição adulta, de grande maturidade, competência e tranquilidade, as leoas bateram o Eintracht Frankfurt por 0-2 e estão a uma vitória de garantir o acesso à segunda eliminatória da prova.

A equipa orientada por Mariana Cabral apoiou-se nas jogadoras mais experientes do plantel para chegar ao triunfo. Um golo madrugador de Cláudia Neto e um outro de Ana Borges a fechar o encontro foram a chave para o sucesso leonino.

Contornar o físico com a circulação

Mariana Cabral já tinha alertado na antevisão para o facto de que esperava um encontro muito físico, dadas as caraterísticas do adversário, mas que o Sporting saberia como contornar esse fator. Pareceu lido na bola de cristal, tendo em conta que foi exatamente isso que aconteceu em solo islandês. As germânicas procuraram sempre levar o duelo para uma vertente mais física e o Sporting tentou colocar a bola no chão e circular de forma rápida.

A entrada das verde e brancas foi autoritária, com pressão alta, controlo da posse e aproximações perigosas com frequência às redes de Stina Johannes. Foi num desses lances de pressão alta que o Sporting forçou o erro e fez o primeiro da partida: Brittany Raphino obrigou Johannes a jogar mal e Telma Encarnação foi rápida a definir e a isolar Diana Silva, que rematou para defesa incompleta da guardiã e Cláudia Neto encostou para o 0-1.

O golo trouxe justiça à boa entrada das leoas, mas a reação das germânicas fazia-se esperar. Ainda assim, apesar do crescimento durante o resto da primeira parte, o Eintracht nunca conseguiu criar grande sobressalto junto da baliza de Hannah Seabert. Mérito para uma defesa sportinguista solidária, coordenada pelas xerifes Georgia Eaton-Collins e Andrea Norheim.

Gerir até haver chance para matar

A segunda metade não foi muito diferente da primeira. O Sporting aproximou-se menos vezes da baliza adversária, é certo, mas continuou a fechar todos os caminhos ao Eintracht Frankfurt, que se tornou cada vez mais impaciente e precipitado.

Assente numa defesa muito unida e governada pelo espírito de entreajuda, as sportinguistas mantiveram as germânicas longe de serem perigosas e esperaram, esperaram e esperaram até terem uma chance para desferir o golpe final.

Como quem espera, sempre alcança, a oportunidade surgiu já ao cair do pano. No último suspiro, Johannes foi à área leonina para tentar ser mais uma ajuda num lance de bola parada e o Sporting, no contra-ataque, fez o segundo: Andreia Bravo lançou Ana Borges e a capitã correu para fazer o segundo.

Seis anos depois, o Sporting voltou ao convívio das grandes com uma vitória. Seguem-se as vencedoras do confronto entre FC Minsk e Breidablik, num duelo a valer o lugar na segunda eliminatória.