Pela primeira vez desde a eliminação do Euro 2024, Portugal não venceu. Tal como nesse fatídico dia em Hamburgo, foi um empate sem golos que levou a equipa lusa a abandonar o relvado em frustração esta terça-feira, depois de não ter conseguido ultrapassar as muralhas escocesas.
Não foi como em Varsóvia...
Provavelmente não era essa a expectativa portuguesa antes do jogo, mas o Hampden Park, em Glasgow, não demorou a intimidar a seleção nacional para o que seria um dos mais difíceis testes (até ao momento) neste novo ciclo de Liga das Nações.
Portugal começou melhor que o adversário, isso é certo, mas não trouxe para o relvado a mesma fluidez de jogo que se viu em Varsóvia no sábado. Vimos bons momentos ofensivos patrocinados por um Vitinha determinado a comandar o futebol luso, mas vimos também vários momentos em que a Escócia conseguiu levar o jogo para uma dimensão mais física, que tanto a favorece.
Cristiano Ronaldo conseguiu envolver-se no jogo e até chegou a mais do que uma situação de finalização, embora nenhuma dela verdadeiramente flagrante. Também Diogo Jota tentou alvejar a baliza do veterano Craig Gordon, sem sucesso, numa primeira parte cujo futebol ficou bem resumido num lance de desentendimento entre CR7 e Nuno Mendes: todos pareceram ter boas intenções, mas nenhum plano.
Se 90 minutos não chegaram, seria um canto?
A segunda metade arrancou com um cabeceamento perigosíssimo de Cristiano Ronaldo, no que foi possivelmente a maior ocasião de golo do jogo. Poderia ter sido um sinal de uma viragem no rumo das coisas, mas o futebol rapidamente regressou à sua versão mais enfadonha.
Foi só por volta da hora de jogo que uma tripla mexida de Roberto Martinez aproximou a equipa das quinas, taticamente, daquilo que se viu no jogo anterior. Funcionou, em parte, mas o domínio português só se notou depois de dois pequenos sustos em transições do exército tartã. Sim, poderíamos estar a falar da primeira vitória oficial dos escoceses no último ano!
Até ao fim, Portugal perseguiu os três pontos. A equipa apoiou-se nos seus elementos mais experientes, mas também na vertigem de Rafael Leão, que construiu duas jogadas de muito perigo a partir do corredor esquerdo. Não deu certo e o jogo acabou da forma que todos começam, com um nulo no marcador.
Antes de saírem do relvado, os jogadores portugueses (com Cristiano Ronaldo e Bernardo Silva à cabeça) dirigiram-se ao árbitro com fortes reclamações devido a um pontapé de canto que não puderam cobrar, por ter sido conquistado já depois dos quatro minutos de compensação.