No rescaldo da partida em Eindhoven, Rúben Amorim, técnico do Sporting, fez a análise ao empate (1-1) ante o PSV, a contar para a 2.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões.

O que faltou à equipa para discutir o jogo desde o início como fez na segunda parte e, assim, conseguir a vitória?

«Acima de tudo, não conseguimos lidar com a pressão do adversário no início. Nós não estamos acostumados a isso, mas já sabíamos. É algo diferente do que temos feito estas semanas e, depois, perdemos os duelos. Se conseguíssemos colocar a bola na frente, em situações um para um... o Trincão teve muitas bolas de frente, mas não decidimos tão bem. O Geny teve muitas dificuldades com a bola entrelinhas, quando conseguimos ligar o jogo com o Gyokeres, ele escorregava... fomos dando confiança ao adversário até sofrer o golo. Depois, equilibrámos o jogo, sem grandes oportunidades. Na segunda parte, o jogo ficou mais partido, deixámos homem para homem na nossa linha defensiva, mas conseguimos isolar, muitas vezes, os nossos homens de ataque, mas não demos sequência aos lances. Com a entrada do Daniel, dominámos melhor o jogo, ter o campo mais aberto, mas o PSV também teve oportunidades, quando explorava as suas transições. Acaba por ser um bom ponto, se olharmos para o jogo, mas temos muito para crescer durante a competição.»

Recordando o jogo com a Atalanta, na época passada, ficou espelhada a dificuldade do Sporting em lidar com a marcação mais alta e individual?

«Sim, mas o jogo não foi igual, porque contra a Atalanta tivemos dificuldade no jogo com e sem a bola. Hoje, o problema não foi a marcação individual. Obviamente, o encaixe estava lá, mas alguns lances de perigo do PSV na primeira parte partem de alguns maus passes nossos, quando não estavamos assim tão pressionados. Mas sim, é uma das características que temos de mudar. No entanto, se olharmos para este jogo, quando lançávamos a bola para o Gyokeres, tínhamos campo aberto e se ele conseguisse segurar a bola, iríamos conseguir criar mais problemas. Não fazendo isso uma, duas vezes, torna-se mais difícil e dá maior confiança ao adversário para pressionar ainda mais em cima e é algo que vamos trabalhar»

Este empate sabe a vitória? Este não seria o jogo para o Daniel Bragança começar a titular ou entende que é melhor para ele entrar a partir do banco num jogo tão físico?

«Eu não para o lado físico. São opções para certos jogos. Poderíamos ter de fazer uma saída a quatro e o Morita tem essa capacidade, o Morten Hjulmand tem outras características e foi apenas uma escolha. Já tínhamos pensado ter três médios, mas se o Daniel Bragança começasse o jogo, ele ia puxar a equipa para nos pressionarem ainda mais, o que ia ser mais difícil, coisa que eu estava errado e a segunda parte provou isso. Eu vejo o Daniel como titular, apenas faço opções. No final do jogo, é mais fácil ver quem tinha jogado ou não. Em relação ao jogo, temos de aceitar o empate. A nossa exibição ficou aquém. Há sempre uma sensação de frustração e, portanto, diria que foi um bom ponto num campo complicado contra um equipa, que não perde em casa há 42 jogos. É preciso ter noção disso»

Como explica tantas escorregadelas dos jogadores do Sporting em campo?

«Escorregámos muito mais que o adversário, é algo que devemos ter em atenção. Preferimos treinar em Lisboa e optámos por um treino tático, a preparar a estratégia sem ninguém estar a ver do que fazer um treino de adaptação ao campo do PSV. Essa pode ser a diferença e o motivo da falta de escolha nas botas. O jogador profissional tem de saber qual a melhor abordagem e não é o treinador a dizer que os jogadores têm de usar botas com pitons de alumínio. Eles são profissionais e são homens»

Como avalia o estado físico do Diomande?

«Está com dificuldades. Está fora do jogo com o Casa Pia e vamos tentar recuperá-lo. Não temos muitos defesas-centrais.»