Matilde Fidalgo anunciou, esta sexta-feira, o fim da sua carreira futebolística. Aos 30 anos, a lateral internacional por Portugal deixou uma mensagem de despedida nas suas redes sociais, onde recordou momentos da sua longa carreira - começou a jogar aos seis anos - e destacou ter feito parte da «era revolucionária» do futebol feminino.
«Comecei a jogar perto dos seis anos, agora tenho trinta. Foi uma vida, ainda que apenas parte, por força das circunstâncias, tenha sido feito profissionalmente. Não obstante, o meu compromisso foi sempre o mesmo, desde menina, federada ou não, profissional ou não», começou por escrever.
«Foi bonito fazer parte de uma era revolucionária do futebol feminino, marcada por um crescimento exponencial do qual fiz parte ativa. Ficam comigo, na memória, os momentos históricos dos qual fiz parte, os títulos e prémios que conquistámos e conquistei. As alegrias e as tristezas. A realização e a frustração. As dores e os alívios. Os países, realidades e pessoas que conheci, as amizades que forjei e muitíssimas histórias para recordar.»
Matilde, que é curiosamente prima de Bernardo Silva, iniciou a formação no São João de Brito e contou com passagens, em Portugal, por Fut. Benfica, Sporting e SC Braga antes de rumar à Inglaterra, a sua primeira experiência fora de portas. Disputou uma temporada ao serviço do Manchester City, transferindo-se, em 2020, para o Benfica, onde disputou jogou temporada e meia. Atuou pelo Real Betis antes de voltar a Portugal, pelas portas do FC Famalicão, último clube pelo qual jogou.
Conta com 15 títulos no seu palmarés, entre eles seis Campeonatos Nacionais, duas Supertaças, três Taças de Portugal, duas Taças da Liga Portuguesa e uma FA Women's Cup. A nível internacional, representou por 48 vezes a seleção nacional e 24 pelas camadas jovens das quinas.
Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, deixou uma mensagem de agradecimento à atleta, enaltecendo o seu compromisso: «Com uma dedicação exemplar ao futebol e um comportamento profissional irrepreensível, deixou a sua marca nas seleções nacionais femininas, bem como em todos os clubes por onde passou, conquistando o respeito e a admiração de todos os que com ela trabalharam. É um exemplo para as várias gerações.»