A pugilista Imane Khelif, lançada para o centro de uma enorme polémica sobre o seu género durante os Jogos Olímpicos, derrotou esta terça-feira a tailandesa Janjaem Suwannapheng e apurou-se para a final do boxe na categoria de -66 kg.
A argelina de 25 anos, muito aplaudida pelo público no confronto de hoje em Paris, vai disputar a medalha de ouro na sexta-feira, diante da chinesa Yang Liu.
Khelif pede “fim do bullying”
Depois de tantos comentários e notícias, Imane Khelif pronunciou-se na segunda-feira sobre a polémica, afirmando as alegações infundadas quanto ao seu género "prejudicam a dignidade humana" e apelando ao fim do bullying contra atletas.
"Envio uma mensagem a todas as pessoas do mundo para defenderem os princípios olímpicos e a Carta Olímpica, para se absterem de intimidar todos os atletas, porque isso tem efeitos, efeitos enormes", disse Khelif, numa entrevista divulgada no domingo à noite.
Esta situação tem sido mesmo das mais polémicas de Paris2024, com os debates nas redes sociais, nos quais até já participam, entre outros, o antigo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a escritora J.K. Rowling, ou a Primeira-Ministra italiana Geórgia Meloni.
"Vamos ser muito claros aqui: estamos a falar sobre boxe feminino. Temos duas pugilistas que nasceram mulheres, que foram criadas como mulheres, que têm passaporte de mulher e que competem há muitos anos como mulheres. E esta é a definição clara de mulher. Nunca houve qualquer dúvida sobre elas serem mulheres", defendeu no sábado o presidente do COI, Thomas Bach.
A Associação Internacional de Boxe (IBA), excluída do movimento olímpico, insiste que as lutadoras Imane Khelif e Lin Yu-ting são homens. Anteriormente, a entidade proibiu a presença da dupla nos Mundiais de 2022 e de 2023, pós testes de “elegibilidade” para estabelecer o seu género,
A IBA não especificou a natureza e os detalhes desses testes. Apenas refutou a explicação do COI que apresentava no seu site um “alto nível de testosterona” para Khelif.