Jorge Vieira, que liderou a Federação Portuguesa de Atletismo nos últimos anos, confirmou esta quinta-feira que vai avançar com uma candidatura à presidência do Comité Olímpico de Portugal. Jorge Vieira junta-se assim a José Manuel Araújo e Laurentino Dias na corrida.

"Não há volta a dar a esse assunto... Vou mesmo avançar e com certeza que ainda há muito caminho para trilhar, ainda há muita missão para desenvolver com as federações que têm apoiado esta ideia, e com certeza que brevemente daremos notícias mais concretas sobre esse projeto", afirmou à chegada à gala do COP, que se realiza esta quinta-feira em Lisboa.

"Quais os apoios? Não devo dizer, não estou autorizado a dizê-lo, mas não é em vão que refiro federações, porque são efetivamente federações olímpicas, na sua maioria, mas também federações não olímpicas", acrescentou Jorge Vieira.

Questionado sobre quais os temas que gostava de ver debatidos durante o processo eleitoral para o COP, Jorge Vieira não hesitou.

"Há muitas situações que devem ser debatidas. Uma tem a ver com a competitividade internacional do desporto português e o que é que há a fazer para que essa competitividade melhore, aumente. O que há a fazer também, e isso está na Carta Olímpica, está nos estatutos do Comité Olímpico, o que é que devemos fazer para que o desporto seja mais difundido na sociedade, isto é, que o acesso seja melhorado, que mais praticantes cheguem ao desporto português, que haja apoio para os talentos que vão surgindo e que surgem todos os dias e que novos talentos se descubram. Há o desporto juvenil, que é uma área absolutamente crucial para o desenvolvimento do desporto português. É preciso que mais jovens tenham prática sistemática e de qualidade", explicou.

"E se prende-se a um último aspeto que gostaria de referir aqui, que é a qualificação. A qualificação de dirigentes, a qualificação de treinadores, a qualificação de todos os técnicos que giram à volta, que orbitam à volta deste pequeno planeta do alto rendimento, pequeno e grande, do alto rendimento e da elite do desporto português. É preciso qualificar todo este processo. Esses são, resumidamente, os grandes temas que devemos enfrentar. Há ainda um, que é, muitas vezes, o elefante escondido na sala, que se chama associativismo, que são os clubes que são, normalmente, muito esquecidos. Muito esquecidos mesmo, para não dizer totalmente esquecidos, e é onde acontece o desporto no dia-a -dia, curiosamente. Muitas vezes preocupamos-nos apenas com o que se passa no topo da pirâmide, mas esquecemos que o desporto acontece nos nossos clubes. Temos que ter mais clubes e clubes com melhores práticas ainda, mais qualificados, com gente mais qualificada, para que tenhamos melhores práticas, práticas qualificadas também, para que se gerem melhores resultados", concluiu.