José Faria, treinador do E. Amadora, aproveitou a conferência de imprensa de lançamento ao jogo com o Anadia da Taça de Portugal (amanhã, 17 horas) para comentar o caso que está a marcar a atualidade do clube esta sexta-feira: Nani tirou uma camisola do Euro'2016 a um adepto à porta do estádio por pensar que era a que lhe tinham roubado há sete anos, tendo posteriormente justificado o seu gesto.

"Podia facilmente não querer comentar, vamos falar do Anadia, mas acho que vocês [jornalistas] merecem que fale. Mas antes de falar do caso específico gostava de partilhar com vocês uma convicção muito pessoal", começou por dizer antes de se alongar na resposta.

"Acho que em Portugal se fala demasiado naquilo que não interessa na verdade no que toca ao futebol. Falamos se um jogador na sua folga vai fumar ou não, se é relevante ou não e depois vemos que ele dentro de campo é um 'animal competitivo'. Ou seja, não encontramos melhor, mas no entanto tentamos encontrar qualquer coisa ali para manchar a imagem. Falamos de um jogador internacional, que depois de estar dentro de campo nas grandes competições, está com problemas no seu casamento ou não, se se vai divorciar ou não. E depois ele dentro de campo dá uma resposta ao nível dos melhores do Mundo, mas melhores ligas... E depois temos estes casos [Nani]. Para mim isto nem devia ser notícia. Devíamos falar era em como melhorar o futebol".

E prosseguiu: "Em relacão ao Luís [Nani]... Falaram-nos de um episódio qualquer... eu não estava presente, tenho que confiar naquilo que o Nani me disse. Como devem calcular, como eu, o Nani não deve precisar de roubar nada a ninguém. Tem a carreira feita, a vida dele está estabilizada financeiramente, vou confiar sempre nele até prova em contrário. Pelo que, também, já me chegou, o caso já chegou às entidades competentes e quando assim é temos que confiar. Eles já sabem que são figuras públicas, que têm uma responsabilidade social acrescida e, inclusive nos contratos, sabem que têm que se portar o melhor possível. Fui surpreendido há relativamente pouco tempo com isso. Aconteceu alguma coisa, não vamos desmentir. A assessoria dele já disse o que aconteceu ou não. Penso que é um daqueles casos que podemos falar para termos aqui algum tipo de audiência mas temos que desvalorizar. Não é isso que vai mudar a grande pessoa que ele é e o que já fez pelo futebol português. Se calhar aquela malta que agora vem criticar ou vem falar é a mesma que há pouco tempo batia palmas quando ele a apurou para a final do Europeu [2016], quando fomos campeões europeus e quando levou uma geração de ouro às costas e o nome de Portugal por esse mundo fora", concluiu.