Inconsolável. Nem a conquista dos três pontos conseguiu arrancar a Jovane a desolação que ganhou expressão ao minuto 57 da vitória do Estrela sobre o Nacional.

Logo após Rodrigo Pinho ter conquistado o penálti, o brasileiro tentou demover o extremo da intenção de assumir a responsabilidade. Mas Jovane estava confiante. Ou em busca da confiança.

Ainda sem golos nos sete jogos já realizados com a camisola do Estrela, o internacional caboverdiano via ali a possibilidade de terminar o jejum de golos por clubes que dura há mais de um ano, quando marcou pela Salernitana, em jogo da Taça de Itália.

O remate de Jovane acertou com estrondo na trave e o jogador saiu, pouco depois, desolado. Após o final do jogo, até os apanha-bolas o tentaram consolar, ainda no relvado.

José Faria revelou em conferência de imprensa que o jogador pediu desculpa no balneário, onde continuava desolado.

«O Jovane precisa de carinho, mas é um jogador com um potencial tremendo. É um ser humano fantástico, humilde, trabalhador e genuíno. Vê-lo com lágrimas nos olhos e a pedir desculpa no balneário deixa-me com o coração despedaçado, mas estou muito contente com esta atitude e até com esta frustração, pois demonstra a atitude que este grupo tem», disse.

O treinador diz que o marcador habitual seria Rodrigo Pinho, mas que entende que Jovane tenha assumido a responsabilidade.

«O Rodrigo Pinho, o Jovane Cabral e o Kikas são os três batedores oficiais de penáltis. O Rodrigo marcou no último e, devido também à grande pessoa que é e ao peso que tem dentro do plantel, cedeu a bola ao Jovane para ele marcar. Ainda não perguntei porquê, mas aceitei com naturalidade e, se acontecer no próximo jogo, vou deixar. Só falha quem lá está», desvalorizou.