A espanhola Elena Congost celebrou a medalha de bronze na maratona T12 - categoria destinada a atletas com deficiência visual - dos Jogos Paralímpicos Paris 2024 até desabar emocionalmente pela desqualificação ditada por se desprender do guia para o ajudar quando este desfalecia, a metros da meta.

"Estou arrasada, sinceramente, porque ganhei a medalha. Estou superorgulhosa de tudo o que fiz e, no final, desclassificaram-me porque a 10 metros da linha de chegada soltei a corda, por um segundo, porque uma pessoa ao meu lado caia de bruços. Agarrei a corda novamente para cruzarmos a linha de meta", lamentou.

A campeã paralímpica no Rio 2016 não tirou qualquer benefício do gesto de ajuda a quem estava em evidentes dificuldades e caía devido a cãibras, uma vez que a japonesa que acabou por ficar com o bronze chegou mais de três minutos e meio depois da catalã.

"Gostaria que todos soubessem que não me desqualificaram por fazer batota, mas sim por ser humana e, por um instinto que surge quando alguém está a cair, que é ajudar ou apoiar", lamentou, em choro.

Jennifer Lorenzini

A marroquina Fatima el Idrissi levou o ouro com novo recorde mundial na categoria T12, em 02:48.36 horas, batendo a compatriota Meryem En-Nourhi, prata, por 09.42 minutos, enquanto Elena chegou a 12.12. O bronze seria para a japonesa Misato Michishita, a 15.47.

Atleta afastou-se da compatição para ser mãe

Após ter sido campeã Paralímpica no Rio 2016, Elena Congost deixou a alta competição para ser mãe, sendo que no período de seis anos teve quatro filhos, Arlet, de seis anos, Abril, de quatro, Ona, de três, e Lluc, com um.

Após dar à luz pela quarta vez, foi motivada pelo marido a voltar à competição e tentar regressar aos Jogos Paralímpicos, algo que conseguiu com alguma facilidade, uma vez que nunca parou de treinar.

Elena Congost, de 36 anos, é professora em Barcelona, tendo sido condecorada em 2013 com a medalha da Real Ordem ao Mérito Desportivo.

Agora, além de perder a medalha, fica igualmente sem direito à bolsa paralímpica que a ajudaria a manter-se no desporto.

"Não consigo encontrar nenhuma explicação para isto. Parece tudo tão injusto e surreal...", concluiu.