Caio Bonfim tornou-se no primeiro medalhado olímpico da história do Brasil na marcha, ao conquistar a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris na última quinta-feira. Na sequência dessa alegria, o atleta de 33 anos revelou que por pouco não enveredou por uma carreira no futebol, tendo jogado na formação do Brasiliense, clube que agora milita na Série D do Brasil.

«Joguei futebol dos seis aos 16 anos, joguei nas categorias de base do Brasiliense, lá em Brasília. Só que meu pai ficava dizendo para eu treinar a parte física, que tinha de correr o campo todo, só que ele estava a treinar-me para ir para o atletismo», disse, com bom humor, ao programa Ça Va Paris, da Globo.

O desporto corre nas veias do novo marchador do Benfica, uma vez que o pai era treinador de atletismo e a mãe marchadora e, por isso, Bonfim revela que a escolha pelo atletismo, aos 16 anos, não foi fácil: «Para quem nasceu num lar onde o pai era treinador e a mãe marchadora, demorei a escolher. Por causa dessa dificuldade entre ser marchador ou jogador, em um país que gosta de futebol, quando você escolhe outro desporto, você tem de ganhar. Eu decidi dar uma chance para mim e para o meu talento e graças a Deus consegui chegar até aqui.»

No entanto, o brasileiro dá graças à sua experiência no futebol, sobretudo pela capacidade atlética que descobriu ter em campo.

«Por causa do meu preparo físico eu sempre caía para a lateral. E eu falava: 'professor eu tenho de ter velocidade para chegar [na linha de fundo] e cruzar, e eu sou alguém de correr o jogo todo, mas não tinha velocidade. E o Brasil tinha o Roberto Carlos naquela época como referência. Eu não tinha aquela velocidade, aquela força. Era o jogador da resistência. Então de tanto correr fui chegando cada vez mais perto do atletismo», explicou o medalhado olímpico.