A treinadora da equipa feminina do Sporting, Mariana Cabral, considerou que a derrota por 1-2 frente ao Real Madrid, na primeira mão da segunda ronda da eliminatória da Liga dos Campeões, não refletiu o que se passou em campo. Para a técnica, o desempenho das suas jogadoras foi muito positivo, mas faltou eficácia na hora de finalizar.

«O resultado é injusto. As jogadoras estiveram muito bem, tivemos oportunidades que não conseguimos concretizar e o Real Madrid chega à vantagem contra a corrente do jogo. Sabemos que é uma equipa excecional e que estamos na Liga dos Campeões, e que por isso temos de definir muito bem as ocasiões que criamos, mas fizemos um jogo muito bom, tirando pequenos pormenores. Vamos aprender com eles e tenho a certeza de que vamos disputar a eliminatória a Madrid», afirmou, em conferência de imprensa.

Mariana Cabral reconheceu a superioridade do Real Madrid em termos de qualidade e ritmo competitivo, destacando a diferença entre a liga profissional espanhola e a realidade portuguesa. No entanto, elogiou a entrega das suas jogadoras e garantiu que, apesar do desgaste físico nos minutos finais, a equipa nunca baixou os braços.

«É normal que haja mais fadiga [na parte final do jogo], o Real Madrid tem uma equipa de muita qualidade individual e coletiva. É uma equipa que joga uma liga profissional muito mais competitiva do que a nossa, e isso faz com que as jogadoras tenham outro ritmo. Por isso é normal que jogadoras que estavam muito bem acabem por ter mais dificuldades para tomar as melhores decisões. Mas deram tudo até ao final e a forma como termina o jogo é bastante injusta. Elas não o mereciam», frisou a treinadora.

Apesar do golo sofrido nos últimos instantes, Mariana Cabral destacou a importância de manter o foco na capacidade de competir ao mais alto nível, e está confiante numa possível reviravolta em Madrid.

«Perder no último minuto é terrível, mas hoje custa e amanhã já passou. No futebol é assim, vamos seguir em frente. O que elas têm de ter na cabeça é que conseguimos competir contra o Real Madrid, temos essa capacidade e é nisso que temos de nos focar, obviamente melhorando nalgumas coisas, mas focando naquilo que somos capazes para competir pelo apuramento em Madrid», afirmou com determinação.

A técnica também defendeu a sua guarda-redes, Hannah Seabert, que cometeu erros decisivos no jogo, mas lembrou que todos erram e que a jogadora já foi decisiva em muitos outros momentos.

«Errar faz parte do futebol, mas quando os erros são da guarda-redes notam-se mais, porque acontecem ao pé da baliza. As avançadas também falham, as defesas falham, as médias falham, a treinadora falha… A Hannah já nos salvou em muitos jogos, tem muita qualidade, é seguir em frente e para a semana há mais», explicou.

Por fim, Mariana Cabral aproveitou para apontar a necessidade de melhorar as condições para a promoção do futebol feminino em Portugal. A treinadora sublinhou que o jogo deveria ter acontecido em Alvalade, para que mais adeptos pudessem assistir e apoiar a equipa, e criticou o horário do encontro.

«Foi evidente que se o jogo fosse em Alvalade seria uma promoção do futebol feminino muito melhor do que aqui em Alcochete, a um dia de semana, às 16 horas. É para aí que o futebol feminino tem de caminhar», concluiu.