O tempo passou e as pernas, apesar de serem as mesmas, já não têm a mesma energia que tinham há «15 anos». Foi com esta reflexão sobre a passagem do tempo, que não perdoa ninguém, que Nadal reagiu à derrota contra Djokovic, que ditou a sua eliminação de Paris 2024.
«Não consegui jogar no nível que precisava e ele [Djokovic] também não me deu praticamente nada. Não tive a qualidade de bola para lhe criar problemas. Também já não tenho as pernas de há 15 anos atrás. Sem a qualidade de bola e sem as pernas de há 15 anos atrás, não se cria problemas aos melhores da história, não é?», afirmou Nadal em declarações à Radio Marca.
A superioridade do sérvio ficou à vista de todos e Nadal reconheceu isso: «Um jogador foi muito melhor que o outro e temos que aceitar. Num momento foi difícil digerir tudo o que estava a acontecer. Tentei estar com a atitude e a mentalidade certa para aceitá-lo porque sabia que havia a possibilidade de o duelo ser assim».
Apesar da derrota, o espanhol não acredita que possam tirar muitas conclusões desta partida: «Neste momento há pouco a aprender. Tenho experiência suficiente para saber que quando não consigo estar ao nível que é preciso em jogos desta importância, e eu não consegui, pequenas diferenças fazem uma grande diferença no cálculo geral do jogo».
De qualquer forma, Nadal relembra que ainda está em prova, neste caso, nas duplas com Carlos Alcaraz: «Não é hora de quebrar porque ainda tenho duplas e estou a competir. É hora de aceitar uma derrota dura por causa da forma, mas também por esse motivo é mais fácil de aceitar. A partir daí, tenho de ter a mentalidade certa, na qual sei que não vou falhar, para que esteja pronto.»
Nadal não podia despedir-se sem a incómoda pergunta de se estes seriam os seus últimos Jogos Olímpicos. Quanto a isso, o espanhol preferiu não dar nada como certo: «Juro que não posso pensar nisso o dia todo. Venho aqui e perguntam-me a mesma coisa todos os dias e no final é muito difícil recuperar um nível ideal se eu pensar se me aposento ou não.»
«Venho de dois anos muito difíceis, com muitos problemas físicos que não me permitiram ter continuidade. Tento olhar para frente e quando Paris 2024 acabar, tomarei as decisões que tenho de tomar com base no desejo e nas sensações que tenho, embora para muitos faça pouco sentido. Tento fazer o que posso para tentar ser competitivo. Se não quiser mais jogar, avisarei e pronto, mas vou viver dia a dia para escolher o que tenho que fazer quando tiver que fazer», disse Nadal.