PARIS – A prova dos 1.500 metros acaba e Isaac Nader não consegue esconder a frustração. Passou quase todo o tempo a controlar a posição no pelotão para estar bem colocado, conseguiu fazê-lo, mas viu o objetivo de estar na final fugir nos últimos 100 metros.
O português de 24 anos foi ultrapassado pelo italiano Pietro Arese e Robert Farken quando seguia no sexto lugar, o último que lhe garantia a qualificação para a final e desmoronou mal cruzou a linha de meta.
Ajoelhou-se primeiro. Sentou-se depois e olhou, quase deitado para o quadro que mostrava os 3m34s75 e oitavo lugar, que apesar de ser melhor do que o tempo com que viera das eliminatórias, era insuficiente para aquilo que Nader desejava.
E parecia não querer sair dali. Voltar atrás a fita e mudar o final. Sentou-se depois num bloco de partida encostado ao lado da pista e ali permaneceu até que um elemento da organização lhe pediu que que abandonasse o local.
«Queria apurar-me para a final. Sabia que tinha a meia-final mais complicada, não quer dizer na outra passasse, mas quem organiza os Jogos Olímpicos que não estudou bem as séries, que acho que estavam desequilibradas», lamentou o atleta que tinha na sua série o campeão do mundo e o vice-campeão, o britânico Josh Kerr e o norueguês Jakob Ingebrigtsen, respetivamente.
Ora, Nader assumiu que lhe faltou velocidade na ponta final e que isso se revelou fatal.
«Eu recuperei bem, a corrida do outro dia teve zero impacto no meu corpo, nos últimos 100 metros estava bem colocado, mas, efetivamente, faltaram-me pernas. É a realidade e o que conta no final é que os outros passaram e eu não», rematou, na zona mista, antes de seguir cabisbaixo em direção aos balneários.