A noite caiu serena sobre o Estádio do Vizela, mas a tranquilidade não se prolongou dentro das quatro linhas. Portugal, decidido a ficar mais perto do apuramento com mais uma exibição de força, rapidamente tomou conta do jogo. Nem parecia haver qualquer outra narrativa além do apelo ao golo. Com a vantagem folgada de 4-1 trazida da primeira mão, as jogadoras orientadas por Francisco Neto podiam até jogar ao ritmo do relógio, mas cedo deixaram claro que, ali, o único tempo a contar era o do ataque constante.

Logo aos 15 minutos, após uma arrancada pelo lado esquerdo, Portugal conquistou um canto, o primeiro sinal do que se tornaria a rotina da noite. Dolores Silva, já destacada pelo seu papel em todo o meio-campo, tomou a responsabilidade. A bola voou até ao coração da área, onde Diana Silva, sem hesitações, cabeceou certeiro para o fundo da baliza azeri. Era o primeiro golo e o domínio luso começava a materializar-se no marcador.

O ritmo manteve-se elevado e, pouco depois, aos 26 minutos, foi novamente Diana Silva a fazer das suas. Um passe de Fátima Pinto encontrou-a à entrada da área, e a avançada, após driblar a guardiã adversária, não vacilou. Era o segundo golo para Portugal e o segundo da noite para Diana, que consolidava o seu estatuto como a melhor em campo.

Quando o intervalo chegou, o marcador já anunciava a inevitabilidade da vitória portuguesa, com um resultado de 2-0. A estatística falava por si: 13 remates contra zero do Azerbaijão, um espelho da total entrega das lusas. Na segunda parte, o Azerbaijão parecia impotente frente à pressão intensa e à rotação de bola da equipa da casa.

Aos 56 minutos, um lance de VAR confirmou o que já se suspeitava — uma jogadora azeri tocara a bola com a mão dentro da área. Dolores Silva não desperdiçou a oportunidade, convertendo a grande penalidade com precisão e aumentando para 3-0 o resultado, agora mais sólido e irrefutável.

Ao minuto 73, Peritan Bozdag, numa entrada dura sobre Diana Silva, viu o cartão vermelho. Com uma jogadora a mais, o caminho estava aberto para mais ataques perigosos e Portugal não abrandou. Fátima Pinto, aos 85 minutos, selou a exibição lusa com um remate poderoso de fora da área, acertando em cheio no canto da baliza — um golo que combinou técnica e visão, e que finalizou as contas do encontro com o quarto tento.

Ainda nos últimos instantes, Telma Encarnação, que entrou para reforçar o ataque, quase ampliou a vantagem ao enviar uma bola ao poste. O resultado estava feito, mas o apetite pelo golo e a intensidade das portuguesas permaneciam.

Com esta exibição, Portugal segue agora para o play-off decisivo contra a Chéquia. O desafio será mais complexo, mas se a exibição no Vizela mostrou algo, foi a convicção das lusas de que, rumo ao Europeu de 2025, cada jogo é encarado com vontade de triunfar.