Num dos jogos da jornada, pela rivalidade e história, o Vitória SC e Boavista empataram 2-2, numa partida controlada desde início pelos Conquistadores, mas que uma reação heróica dos boavisteiros impediu que fosse suficiente para vencer a partida
Gustavo Silva, com dois golos na sua estreia como titular no campeonato, foi o melhor do lado dos da casa. Do outro lado, Resinho reduziu bisou nos longos - treze minutos - descontos e garantiu um ponto fulcral na caminhada dos boavisteiros.
O Vitória parecia ter o jogo no bolso depois do 2-0, mas Bacci foi ao banco buscar o desfribrilhador e rescucitou a equipa forasteira.
Supremacia caseira como manda a história
Na chuvosa tarde de domingo desportivo em Guimarães, o jogo 140 entre Vitória SC e Boavista. Nesta rivalidade histórica, as equipas quase sempre viveram num patamar similar, que também é corroborado pelo histórico de confrontos entre ambas - em que os vimaranenses levam vantagem. Porém, o momento das duas é bem diferente: o Boavista está num momento débil e o Vitória - europeu - busca repetir a faceta e lutar pelos lugares cimeiros.
Essas diferenças atuais foram notórias na abordagem das duas equipas ao jogo. O Vitória começou com mais bola e a olhar para a baliza contrária, enquanto os axadrezados primaram pela organização defensiva, sem desmontar muito para aventuras ofensivas.
À largura e à profundidade, o Vitória criou os primeiros lances de perigo, envolvendo muitos homens em zona de cruzamento. Nélson Oliveira e Gustavo falharam as primeiras três ocasiões de perigo. Pelo meio, Mikel, ainda numa fase embrionária do jogo, escapou ao cartão vermelho numa entrada dura sobre Joel Silva.
O jogo entrou numa fase de luta, com muito choque e muitas paragens, mas o Vitória continuou por cima e chegou ao golo. De bola parada - já apanágio dos Conquistadores - Gustavo Silva aproveitou uma defesa para a frente de César para apontar o golo inaugural
A sorte sorriu aos audazes
No segundo tempo, a entrada dos da casa foi novamente cabal, mas desta vez coroada com um golo mais cedo. Mikel descobriu de forma brilhante Nélson Oliveira, que fintou o guardião adversário e viu-lhe o golo ser "roubado" por Gustavo Silva, que jogou pelo seguro e encostou para a deserta baliza boavisteira.
O segundo golo galvanizou o Vitória, mas algum desacerto impediu outros números. Kaio César e Nélson Oliveira desperdiçaram novas oportunidades, perante um Boavista muito permeável. Cristiano Bacci, do outro lado, mexeu e a equipa cresceu, mas sem capacidade de bater Bruno Varela. Bozenik falhou na cara do cabo-verdiano, Salvador Agra atirou a recarga por cima.
As mexidas foram opostas - Rui Borges mexeu e a equipa desapareceu, enquanto os comandados de Bacci que saltaram do banco trouxeram nova vida à equipa. Na parte final, muitos casos na área do Vitória. Primeiro, golo do Boavista, mas uma falta de Joel Silva anulou o tento de Vukotic. Depois, penálti por mão na bola de Manu, que Reisinho concretizou para reduzir as contas. Reação estóica dos axadrezados, que foram ameaçando ao longo da última meia hora.
Ao cair do pano, drama em Guimarães. Aos 90+13 (!!!), nova grande penalidade para os boavisteiros e bis de Miguel Reisinho. O Boavista consegue um ponto precioso em Guimarães, fruto de uma reação audaz de Cristiano Bacci no banco dos portuenses.