Fernando Pimenta assume que a possibilidade de vir a ser o único desportista português a conquistar três medalhas olímpicas é uma motivação extra para Paris 2024.

«Como é obvio, também tenho essa noção. Acaba por ser um bichinho a puxar ainda um pouco mais por mim. Espero que as coisas corram pelo melhor, que não tenha nenhum azar como no Rio2016, em que, infelizmente, por fatores externos [algas no leme] poderia estar a lutar agora pela quarta medalha e não pela terceira. É ir passo a passo. Focado no que tenho de fazer», disse no aeroporto Francisco Sá Carneiro, à partida para Paris.

Fernando Pimenta vai competir em K1 1.000 metros, a partir de quarta-feira e sente-se preparado para desfrutar ao máximo: «Estou tranquilo, relaxado, bem disposto, com alguma confiança, não demasiada. Responsabilidade era chegar a casa e não ter o que dar de comer aos meus filhos. O trabalho está feito. Quero conseguir dar o meu melhor e sair de consciência tranquila. Acho que estou numa das melhores formas de sempre, também trabalhei para isso. Custou-me bastante, mas isso é normal. Estamos muito bem preparados. É chegar a Paris, ver o tato com água e ganhar ainda mais confiança.»

O campeão do mundo em título vai te nos Jogos Olímpicos a companhia dos igualmente campeões do mundo em K2 500 metros João Ribeiro e Messias Baptista, bem como Teresa Portela, em K1 500. A poucos dias de completar 35 anos, a13 de agosto, Fernando Pimenta é cerca de uma década mais velho do que vários dos principais rivais, mas o que para alguns pode ser um problema, para o português pode ser uma mais-valia.

«A experiência pode controlar nervosismos, ansiedades, a própria regata, pois vai haver atletas a quererem sair muito rápido para liderar a prova e outros que vão mais lentos para subir na parte final. Tenho de fazer a minha estratégia, a minha prova, focar-me apenas na minha tarefa. Temos de ser bastante resilientes e estar focados para tentar fazer com que as coisas corram pelo melhor», sublinhou, citado pela agência Lusa, até porque vai ter de lutar contra dois canoístas húngaros, alemães e australianos, grandes potências internacionais da modalidade, além de todos os outros.