Foi preciso superar a mágoa de Tóquio para os Estados Unidos serem recompensados em Paris. As norte-americanas reconquistaram a medalha de ouro na ginástica artística de equipas em dia de reconciliação de Simone Biles.

 «Foi muito emocionante e divertimo-nos. Cada uma de nós aproveitou o tempo que teve em prova e apenas fizemos a nossa ginástica», analisou a ginasta mais condecorada da história.

Na Arena Bercy, desenhou-se também um feito inédito para o Brasil que, com o bronze, assegurou a primeira medalha coletiva na modalidade. Já a prata ficou para as italianas, que voltam ao pódio 100 anos depois, e deixaram Inglaterra de fora por 0,234 pontos.

O quarto triunfo da história dos Estados Unidos construiu-se pelos números, através de uma pontuação final de 171,296 pontos, acima dos 165,494 pontos da Itália e dos 164,497 pontos do Brasil.

Simone Biles chegou a esta final com uma perna esquerda ligada, devido a um desconforto no gémeo, e mesmo assim somou 14,900 pontos no salto, 14,400 nas paralelas, 14,366 na trave, e 14,666 no solo, conquistando assim a sua oitava medalha olímpica e a quinta de ouro. Desta vez, o triunfo soube a vingança depois de a ginasta ter falhado a final em Tóquio 2020, por problemas psicológicos, gerando mesmo um debate a nível mundial. Na altura, quem acabou por receber a medalha de ouro foi a Rússia.

Mas o feito não se fez só ao ritmo de Biles. A ela, juntou-se Sunisa Lee, Jordan Chiles, Jade Carey e Hezly Rivera.

No salto, as norte-americanas começaram logo a triunfar com Chiles e Carey em destaque. Biles também conseguiu uma boa pontuação no Cheng. Apesar de as paralelas assimétricas não serem a sua especialidade, Biles até conseguiu uma pontuação de 14.400.

Na trave, os Estados Unidos conseguiu reforçar a vantagem para 3.602 pontos com as decisões finais a estarem reservadas para o exercício de solo, tal como já tinha acontecido em Rio 2016 e Londres 2012. Parecia um sinal de que o ouro iria regressar…  Lee ficou com uma pontuação de 13.533 e Chiles alcançou os 13.966 pontos.

A responsabilidade final era para Simone Biles que, ao som da música ‘Ready for It?’, da cantora Taylor Swift, arrecadou os 14.666 pontos mais que suficientes para o ouro regressar aos estadunidenses. Nas bancadas a festejar esteve o marido Jonathan Owens, que conseguiu uma autorização especial do Chicago Bears, equipa da NFL, para poder estar em Paris a assistir ao momento. Segue-se a final do ‘all-around’ amanhã às 17.24 horas, de Portugal Continental.