Quando Danny Welbeck marcou aos 66 minutos, e virou nessa altura o jogo de 0-2 para 3-2, as câmaras focaram Ange Postecoglou. O treinador do Tottenham processava o que lhe estava a acontecer. A derrocada demorou 20 minutos e atirou Pedro Porro & Ca. ao fundo. Uma tarde épica, na perspetiva do Brighton; uma derrota inaceitável, dirão os Spurs.
Há coisas difíceis de explicar em futebol. Impossíveis, quiçá. Como compreender a queda total de uma equipa que durante 45 minutos faz tudo bem?
Os golos de Brennan Johnson e James Maddison levaram lógica ao relvado do American Express Stadium, rendido à abordagem acertadíssima do Tottenham. Parecia, de resto, haver algum conformismo no futebol do Brighton.
O treinador Fabian Hurzeler fez só uma mexida ao intervalo (Pervis Estupiñan em vez de Ferdis Kadioglu), mas essa peça foi apenas um detalhe cirúrgico no meio de uma revolução emocional.
Do outro lado, aparentemente a sentir a onda que se aproximava, os erros (que desastre, Destiny Udogie!) apareceram cada vez mais. E a baliza de Guglielmo Vicario passou a ser um convite irrecusável. Em 20 minutos, repetimos, o Brighton fez três golos (Minteh e Rutter, antes de Welbeck) e deixou Postecoglou de mãos nos bolsos. E olhar perdido.
O treinador do Tottenham, tal como nós, continuará à procura das explicações para a debacle. Mas há respostas que o futebol simplesmente é incapaz de dar.
O Brighton ultrapassou o Tottenham e subiu ao sexto lugar da Premier League.