O Racing Power FC, emblema do Seixal, comunicou - este domingo - que jogou sob protesto na partida da jornada inaugural da Liga BPI, na visita ao Marítimo, no Campo da Imaculada Conceição. Algo que, não obstante, foi desmentido pela FPF que aponta que o clube «não apresentou qualquer protesto no prazo regulamentar para o devido efeito», o que não coloca em causa o resultado do jogo.

Ainda assim, o clube fundado em 2020 apontou que formalizou uma queixa junto do delegado da Liga BPI «antes do começo da partida e na reunião preparatória de delegados», devido a uma série de constrangimentos. Segundo o Racing Power, o estádio apresentou «condições degradantes dos balneários», «balizas sem as dimensões legais» e «relvado com lombas e erupções».

O clube explicou que as condições não são «condizentes com a prática de futebol profissional nem dignifica o desporto português», sendo que, a lesão de Carolina Mendes - atleta do Racing - «não ficou alheia» das condições apresentadas.

Veja aqui o comunicado completo, emitido por Nuno Painço, presidente do Racing Power:

«É incompreensível aquilo que encontrámos neste estádio, desde os balneários ao terreno de jogo. Até as balizas eram mais pequenas. Cumprindo com os regulamentos caso o protesto fosse apresentado antes do jogo começar e não houvesse condições para o Marítimo retificar as anomalias o jogo teria de ser realizado nas próximas 24 horas seguintes. Só aceitámos disputar o jogo nestas condições, porque em caso de adiamento teríamos de pernoitar na Madeira e não conseguíamos no imediato nem alojamento nem alterar o voo de regresso. Por isso, informámos que iríamos jogar, mas sob protesto, devidamente comunicado às instâncias oficiais presentes.

Esta situação não é inédita neste estádio, foi denunciada na época passada também pelas próprias jogadoras do Sporting. Mas pelos vistos nada se fez desde então a não ser fechar-se um dos balneários. Numa competição que se quer cada vez mais profissional e com melhores condições, autorizar ali um jogo é algo inconcebível. A equipa técnica do Racing equipou-se numa sala com cacifos escolares e banheiras de crioterapia. Estamos a preparar um vídeo para apresentar nas devidas instâncias para que sejam revistas estas situações. Lamentável que as atletas se deparem com esta falta de respeito e consideração pelo seu trabalho, não só as do Racing mas todas as que terão de ali aqui jogar, principalmente as do Marítimo.

A FPF tem apostado cada vez mais no desenvolvimento do futebol feminino e canalizado verbas cada vez mais elevadas para os Clubes para que as atletas tenham as melhores condições. O problema é que as verbas recebidas pelos clubes não são canalizadas para esses efeitos. A Federação tem de atuar com mão firme e punir quem não cumpre e não pactuar com este tipo de situações. Na época passada o Sporting expôs a situação e fecharam um balneário. Vamos ficar à espera do que, este ano, irá ser feito.»