O presidente do Benfica, Rui Costa, afirmou esta terça-feira que não podia "dizer que não" à saída de João Neves para o Paris Saint--Germain no mais recente mercado de transferências de futebol, "mais baixo" do que é habitual.

Numa entrevista à BTV, referente às entradas e saídas operadas no plantel 'encarnado' durante o verão, o dirigente realçou que a transferência oficializada em 5 de agosto, por uma verba de 59,92 milhões de euros, que pode ascender a 69,92, mediante a concretização de objetivos, se tornou "inevitável", num mercado em que, a seu ver, os valores das transações tendem a descer.

"O mercado tem tendência a baixar e não a subir. A venda do João está no 'top 5' deste mercado. Se chegar aos 70 milhões, é a segunda mais alta deste mercado. O nosso desejo é não vender, mas, neste mercado, o valor é extremamente alto. Para o João, os números eram também muito elevados. Custa sempre ver partir um dos nossos 'meninos', mas não podíamos dizer que não", disse.

Convencido de que um jogador com "o carisma e a qualidade" de João Neves, ainda por cima oriundo da formação 'encarnada', "não tem preço", Rui Costa afirmou também que o Benfica e o médio "rejeitaram propostas que chegaram mais cedo e eram inaceitáveis" até à oferta do tricampeão francês.

O responsável máximo das 'águias' disse também que a época 2023/24, concluída com um resultado líquido negativo de 31,7 milhões de euros, poderia ter acabado com resultado positivo se tivesse aceitado a primeira proposta pelo jogador algarvio, mas preferiu "alongar o 'timing' de venda para conseguir um valor maior".

A transferência de João Neves foi o maior contributo para os 140 milhões de euros amealhados pelo emblema lisboeta no 'mercado de verão', no qual se registaram ainda as vendas de Marcos Leonardo, por 40 milhões de euros, de David Neres (28 ME), de Morato (15 ME), de João Mário, por cinco ME, e de Paulo Bernardo, por quatro ME.

O presidente do Benfica justificou a saída do avançado Marcos Leonardo para o Al Hilal, clube da Arábia Saudita treinado pelo português Jorge Jesus, pela opção de constituir um plantel com dois pontas de lança, Pavlidis e Arthur Cabral, e um atleta a atuar como segundo avançado, Amdouni, e considerou "inevitável aceitar 40 milhões por um jogador que estava a suplente".

Já o extremo David Neres, transferido para os italianos do Nápoles, tinha "a ideia de mudar de ares" desde a época transata, "oscilou muito" entre a titularidade e o banco de suplentes e jogava apenas na ala direita, tendo saído para dar o lugar a Aktürkoglu, extremo que joga nos dois corredores, salientou o responsável.

O defesa-central Morato rumou aos ingleses do Nottingham Forest para "prosseguir a sua evolução", já que corria o risco de ter "menos minutos" na época 2024/25, face à aposta em Tomás Araújo, enquanto João Mário, "um dos mais extraordinários profissionais de futebol" que encontrou, rumou aos turcos do Besiktas na sequência de "um elo que se partiu" entre o médio e a direção 'encarnada'.


Com LUSA