A BOLA ouviu três figuras do universo leonino sobre o abandono de Rúben Amorim. O antigo treinador e jogador Pedro Gomes, o antigo futebolista André Martins e o ex-presidente da Mesa da Assembleia Geral Jaime Marta Soares, são unânimes em lamentar a decisão do técnico.
«Amorim deveria sair bicampeão», diz Pedro Gomes
«Já tenho uma larga vivência no futebol e penso que é natural que um treinador, na sua carreira, procure sempre o melhor para si e para os seus, mas também não é menos verdade que foi o Sporting Clube de Portugal que lhe deu uma grande oportunidade e o lançou para a ribalta do futebol. Por isso, nesta questão, entre o deve e o haver, estou absolutamente convicto de que deveria sair apenas no final da temporada com o título de campeão nacional no bolso. O Sporting é, de momento, a melhor equipa do campeonato, a que produz melhor futebol e se ele continuar vai conquistar o bicampeonato.»
«Sporting vai perder gestor do processo», afirma André Martins
«Comentando toda esta questão em torno da provável saída de Rúben Amorim, estou convencido de que o Sporting vai-se sempre ressentir porque, na verdade, não perderá apenas o treinador da sua equipa principal de futebol mas, pela sua ação, o gestor de todo o processo do futebol, alguém que já está no clube há mais de quatro anos. Apesar de acreditar que o Sporting estará preparado para a saída de alguém tão impactante como o Rúben Amorim, na verdade, não será fácil a sua substituição. No entanto, estas são as contingências do futebol moderno, que tem destas coisas»
«Deixa o clube de calças na mão», adianta Jaime Marta Soares
« A questão tem diversos vetores. Por um lado, a parte administrativa, perante a dimensão de Rúben Amorim, deveria ter acautelado contratualmente este assunto porque é natural que o seu trabalho gere cobiça por parte de clubes muito endinheirados. Por outro, por muita consideração que tenha por Rúben Amorim, até porque era fã dele, mas no melhor pano cai a nódoa e penso que ele deveria ter pensado neste tema de forma a que não acontecesse a meio da temporada desportiva, deixando o Sporting de calças na mão. A expressão é popular, mas é o que me vai na alma.»