Repetir a vitória, sim. Mas que não seja necessário o recurso aos pontapés de penálti. Tiago Brito espera que Portugal consiga vencer o Cazaquistão sem a necessidade de métodos de desempate (como sucedeu há três anos, na Lituânia).

O jogador do SC Braga reconhece as dificuldades que Portugal terá na abertura da fase de eliminação direta do Mundial de futsal, no Uzbequistão, mas atalha que «já estamos a preparar esse jogo, e estamos prontos para o enfrentar». Fala também do brasileiro Higuita, o guarda-redes brasileiro naturalizado cazaque. «É uma grande mais-valia do Cazaquistão, e nós reconhecemos a grande qualidade do Higuita, mas os jogos de preparação também nos ajudaram a treinar esta situação específica», explica Brito, ao relevar que «jogámos com seleções que subiram constantemente o guarda-redes e ajudou-nos a chegar a esta parte da competição já bem preparados nos podermos ajustar da melhor forma».

Para muitos, o verdadeiro desafio do Mundial começa com os jogos a eliminar. O ala bracarense e da seleção das quinas sustenta que «na fase de maturidade que esta equipa tem não existe muita diferença” entre os jogos da fase de grupos e os eliminatórios, «porque estamos muito habituados a jogar ‘play-offs’, campeonatos da Europa, Champions, não sendo algo novo». E completa dizendo que «todos têm a consciência e a maturidade que é preciso nestes momentos, e que estamos cientes de que é um, jogo, e que o temos de vencer».

O experiente internacional, nascido em Matosinhos há 33 anos, faz também uma rápida radiografia do combinado cazaque. E nota que «é uma seleção com uma base muito forte do Kairat, o treinador também por lá passou, por isso têm automatismos, conhecem-se muito bem em imensas horas de treino e jogo», sendo esse um dos aspetos mais relevantes da equipa adversária de Portugal na próxima quinta-feira.  Mas logo replica que «Portugal, neste momento, tem também atletas que, em contexto de seleção, jogam há algum tempo juntos, o que também passa a ser um ponto forte nosso». Em resumo, Tiago Brito pensa que «Portugal está com mais capacidade, neste momento da competição, e como equipa, e o Cazaquistão continua a ser uma equipa fortíssima em vários momentos do jogo».

O jogador das quinas não se coibiu de revelar que não concordou com o que se passou no França-Irão, mas, curiosamente, preferiu manter o discurso centrado na seleção portuguesa, dando o mote de que «neste momento da competição, temos de estar muito focados na nossa tarefa, no que temos de fazer em campo e, principalmente, naquilo que nós, atletas, controlamos», numa tendência crescente de concentração nos principais objetivos da equipa campeã do mundo.

Depois de um voo curto entre Tashkent e Fergana (partilhado com a equipa da Venezuela), a seleção orientada por Jorge Braz cumpriu de autocarro, em hora e meia, os 70 quilómetros finais até Andijan.