É a décima semana na NFL. As classificações começam a moldar-se e os jogadores começam a cimentar as suas posições como favoritos a vencer os prémios individuais. Nos Baltimore Ravens, a defesa não tem correspondido ao nível de anos anteriores, mas John Harbaugh, treinador, e Todd Monken, coordenador ofensivo, têm no seu ataque motivos suficientes para alimentar esperanças de um desfecho de época feliz.

Em vários jogos onde os adversários conseguiam encontrar o caminho para a endzone com relativa facilidade, foi o poderio do ataque da turma de Baltimore que desbloqueou a vitória. Não restam dúvidas que o coletivo está bem integrado no sistema ofensiva, mas um olhar atento às prestações individuais permite-nos compreender melhor o sucesso do ataque do Ravens.

Lamar Jackson

Quanto tudo parece perdido, Lamar Jackson surge para “tirar um coelho da cartola”. O número oito já nos habituou a muita coisa, mas a verdade é que, a cada semana, consegue confundir a defesa adversária de uma nova maneira e deixar o público boquiaberto.

Confesso que, na escrita deste artigo, deparei-me com a dificuldade de selecionar apenas alguns pontos da enorme e fantástica lista de proezas estatísticas de Lamar na temporada. Ora, aqui vão os aspetos que não podem passar sem serem mencionados:

Jackson lidera a liga em:

– Passes para touchdown (24);

– Jardas por passe (9.3);

– Total de jardas (3207);

– Interceções (duas);

– Jardas corridas entre quarterbacks (538);

– Rating de quarterback (123.2).

Jackson alia tudo isto a uma taxa de acerto de passe de 69.1% (nono na liga, apenas 0,8% atrás do quinto), bem como ao facto de se ter tornado no jogador da história com mais jogos a registar um rating de passe perfeito (158.3). Se este último aspeto já é, por si só, um feito enorme, quando reparamos que foi conseguido diante dos Denver Broncos, uma das melhores defesas do ano, percebemos aquilo que Lamar tem conseguido produzir dentro de campo.

Por tudo isto (e muito mais), o duas vezes vencedor do MVP demonstra que é o favorito a reerguer o prémio.

Derrick Henry

Com um playbook muito voltado para o jogo de corrida, a aquisição de Derrick Henry parecia a peça perfeita para o puzzle de John Harbaugh. A qualidade já era esperada, mas o que o “king” Henry tem vindo a fazer ultrapassa todas as expectativas. A verdade é que a este rei ninguém consegue tirar a coroa (nem a bola).

Henry volta a tomar a ribalta no jogo de corrida da NFL:

– Lidera em tentativas de corrida (184);

– É o jogador com mais jardas corridas (1120);

– Conseguiu chegar mais vezes à endzone (12);

– É o segundo jogador com mais jardas por corrida (6.1)

Nem a meio da temporada íamos e o running back dos Ravens já tinha ultrapassado a mil jardas corridas. Além disso, Henry percorreu mais terreno com a bola na mão que 22 equipas da NFL. Tudo isto foi feito em grande estilo, conseguindo pelo menos um touchdown em cada partida.

Se Lamar é o favorito a vencer o MVP da época, Henry faz acreditar os amantes da modalidade que o troféu pode voltar a ser atribuído a um running back, algo que não acontece há 12 anos, na altura com Adrian Peterson.

Os alvos de Lamar

Para um bom quarterback cumprir o seu trabalho, torna-se necessário ter boas as armas para progredir no terreno. Se, pelo chão, Henry e Jackson dão conta do recado, o jogo pelo ar está assegurado com as prestações de Zay Flowers, o terceiro jogador da liga com mais jardas recebidas (688), Rashod Bateman (501 jardas), Mark Andrews (357 jardas), entre outros.

Os Ravens contam com cinco diferentes jogadores no top-28 com mais receções para touchdown, para além de serem a segunda equipa com mais jardas recebidas (2670) e jardas por receção (13.4). Tudo isto ajudou a formação de John Harbaugh a ultrapassar os 30 pontos em seis dos dez jogos realizados.

Um ataque dinâmico, com diferentes opções e excelentes intervenientes, com um jogo de corrida inigualável e o quarterback em melhor forma no mundo fazem-me ver o jogo ofensivo dos Ravens como o melhor de toda a NFL.