Aos 40 anos e quase dez anos depois do escândalo em que se viu envolvido face à alegada chantagem de Karim Benzema num episódio a envolver um vídeo de índole sexual, Mathieu Valbuena concedeu uma entrevista ao L'Equipe, na qual reconheceu os momento difíceis que viveu.
Nas palavras dirigidas à publicação francesa, o antigo internacional gaulês reconheceu o erro de se ter deixado envolver na situação. Atualmente ao serviço do Athens Kallithea, recém-promovido à elite do futebol grego, o jogador falou também do contexto competitivo que abraça atualmente.
Mathieu Valbuena 10 títulos oficiais |
«Precisava de ser um pouco esquecido. Em França tornei-me um alvo, assobiavam-me em todos os estádios. Partir deu-me uma nova vida. No estrangeiro, não se importam com as tuas histórias extra-desporto. Fiz algo estúpido. Uma carreira, assim como uma vida, não é um rio longo e calmo. O meu é o exemplo perfeito, mas ensinou-me muito. Estes golpes permitem que avances, que construas uma mente de aço», começou por dizer.
«Na minha carreira, por vezes, fui arrogante. No futebol é preciso sê-lo de vez em quando. Vivemos num mundo de leões, em balneários com grandes personalidades. Em algum momento, precisas de ter um grande caráter. Mesmo que não sejas assim, tens que te tornar», admitiu ainda.
«Em França, quando tens um rótulo, é difícil removê-lo. Faltou objetividade comigo. A minha carreira poderia ter sido valorizada como a de Giroud ou Ribéry, que também vêm do mundo amador», acrescentou, antes de abordar o atual desafio, numa temporada onde regressou ao futebol grego.
«É um clube familiar em desenvolvimento [o Athens Kallithea]. Estar no topo da tabela não é o objetivo, mas é igualmente emocionante. A idade é apenas um número. O prazer, físico e mental, ainda está lá. Tenho aquele bichinho, aquela adrenalina antes do jogo, por isso prolongo o prazer ao máximo», concluiu.