O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, disse que essas decisões se justificam pela necessidade de manutenção de condições monetárias adequadas à desaceleração do ritmo de crescimento dos preços na economia angolana e de redução das pressões inflacionistas no curto prazo.

Falando hoje em conferência de imprensa, no final da 119.ª reunião do Comité de Política Monetária do BNA, o responsável sinalizou a desaceleração da variação mensal do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) iniciada em maio passado, como uma das razões desta decisão.

Salientou que a desaceleração do IPCN teve início em maio e mantinha-se a tendência em agosto, "resultante da relativa melhoria da oferta de bens essenciais de consumo e da adequação do nível de liquidez à atividade económica".

A inflação fixou-se em 30,53% em agosto, iniciando uma trajetória descendente que deverá prosseguir nos próximos meses, referiu, tendo em conta as condições atuais de liquidez e de oferta de bens essenciais de consumo, observou, citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano.

Questionado sobre a meta de inflação para este ano -- apontada em maio pelo BNA para 23,4% - o governador do banco central de Angola reiterou a trajetória descendente da inflação para justificar a manutenção das suas projeções.

"Começamos também já a observar uma queda na inflação homóloga, saímos em termos de inflação de 31% em julho, agora (agosto) estamos em 30%, nós perspetivamos que esta tendência vai continuar nos próximos meses razão pela qual entendemos não ser oportuno fazermos uma revisão do nosso objetivo de inflação para este ano", frisou.

Manuel Tiago Dias deu conta igualmente que no domínio monetário, a base monetária em moeda nacional (kwanza) expandiu 3,6% no mês de agosto, levando a expansão acumulada desde o início do ano para 9,95%.

Sobre uma possível intervenção do BNA, para a valorização do kwanza, Tiago Dias referiu que a desvalorização da moeda angolana nos dois últimos meses deveu-se à elevada procura de moeda estrangeira, garantindo que o regulador vai continuar a monitorar o mercado.

O BNA entende "ser prematuro, para já, fazer uma intervenção como tal, mas as condições de política monetária em última instância é que determinam se o BNA deve ou não fazer qualquer intervenção a nível dos mercados", rematou.

A próxima reunião do Comité de Política Monetária do BNA acontece nos dias 18 e 19 de novembro próximo, na cidade de Ndalatando, província do Cuanza Norte.

DYAS // ANP

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