A Comissão Europeia aprovou hoje uma ajuda estatal de 1.000 milhões de euros de Portugal, em forma de subvenções diretas às empresas que forem selecionadas, para apoiar investimentos em equipamentos 'verdes', como baterias, painéis solares e turbinas eólicas.
"Esta decisão da Comissão Europeia de aprovar o apoio de Portugal a projetos de investimentos estratégicos no valor global de 1.000 milhões de euros para acelerar a transição climática da nossa economia reveste-se de uma importância crucial e de uma dimensão estrutural para nos permitir ancorar investimentos de envergadura e com enorme impacto na nossa economia", afirmou Pedro Reis.
"É uma decisão que saudamos e pela qual trabalhámos desde a primeira hora, com a colaboração próxima entre outros organismos da AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal] e da DGAE, para acelerar do nosso lado os elementos e análises que faltava submeter", acrescentou.
Por isso, "é um grande dia para a economia portuguesa e para o futuro do investimento no nosso país", concluiu o governante.
A Comissão Europeia aprovou um regime português de 1.000 milhões de euros para apoiar os investimentos na produção do equipamento necessário para promover a transição para uma economia de impacto zero, em consonância com o Plano Industrial do Pacto Ecológico.
O regime foi aprovado ao abrigo do Quadro Temporário de Crise e Transição relativo aos auxílios estatais", indicou hoje a instituição em comunicado.
Bruxelas argumentou que "o regime português é necessário, adequado e proporcionado para acelerar a transição ecológica e facilitar o desenvolvimento de determinadas atividades económicas", razão pela qual deu então este aval ao abrigo das regras comunitárias mais flexíveis sobre ajudas públicas para metas 'verdes'.
Em concreto, Portugal pediu autorização à Comissão Europeia para avançar com subvenções diretas, a conceder o mais tardar até 31 de dezembro de 2025, para "apoiar investimentos na produção do equipamento pertinente necessário para promover a transição para uma economia de impacto zero".
A medida está aberta "às empresas que produzem equipamento pertinente, designadamente, baterias, painéis solares, turbinas eólicas, bombas de calor, eletrolisadores, equipamento de captura, utilização e armazenamento de carbono, bem como componentes essenciais concebidos e utilizados principalmente como 'input' direto para a produção desse equipamento ou das matérias-primas críticas conexas necessárias à sua produção", elenca Bruxelas, tendo por base a informação disponibilizada por Lisboa.
As regras europeias de concorrência vedam normalmente este tipo de auxílios estatais para evitar concorrência desleal na União Europeia, mas devido aos efeitos na economia da guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, o bloco comunitário adotou, em março de 2023, um quadro temporário com maior margem para que estas ajudas sejam concedidas, nomeadamente para permitir investimentos 'verdes'.
São abrangidas por estas normas comunitárias mais 'leves' as medidas destinadas a acelerar a implantação das energias renováveis, que facilitem a descarbonização de processos de produção industrial e para acelerar investimentos em setores estratégicos para emissões líquidas nulas.
ALU/(ANE) // MSF
Lusa/fim