No relatório de Indicadores Básicos do Ambiente de 2023, o INE aponta que de "2020 a 2023, as quotas de volume de madeira admissível para o abate por espécie tem vindo a decrescer", mais acentuado em 2023, de 12,7% face ao ano anterior, atingindo então 49.525 metros cúbicos, dos quais 5.369 metros cúbicos considerados de espécies "preciosas", com chacate-preto ou pau-preto.

Estas quotas resultam em grande parte em exportação de madeira, que em 2019 atingiu o pico de 7.923 milhões de toneladas, estando desde então em queda, para 3.132 milhões de toneladas em 2020, 2.276 milhões de toneladas em 2021 e para 2.649 milhões de toneladas em 2022, segundo o relatório do INE.

Em Moçambique, a madeira processada em toros recuou, no ano passado, para o valor mais baixo desde 2020, atingindo 50.027 metros cúbicos.

O relatório de Indicadores Básicos do Ambiente de 2023, concluído este mês, baseou-se na "recolha e tratamento de dados administrativos fornecidos pelos setores que lidam direta ou indiretamente com questões ambientais", explica o INE.

Moçambique perde todos os anos 267 mil hectares de florestas, segundo dados avançados em 2023 pelo diretor nacional de Florestas, Cláudio Afonso.

"Temos estado a registar algumas preocupações porque anualmente perdem-se cerca de 267 mil hectares de florestas", afirmou o responsável à margem da primeira reunião do Comité Técnico para a Operacionalização da Declaração de Maputo sobre a Gestão Sustentável e Integrada da Floresta de Miombo, em julho passado.

O Fundo Global anunciou em julho de 2023 que vai disponibilizar a Moçambique cerca de 12 milhões de dólares (10,8 milhões de euros) para revitalização das reservas florestais, restauro, apoio institucional e implementação do sistema de monitoramento florestal do país. Outros cinco milhões de dólares (4,5 milhões de euros) serão disponibilizados pela Agência de Cooperação Italiana.

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